Essa oportunidade me levou a considerar outras manifestações artísticas de infinitas potencialidades também na miniatura. A propósito disso, Paulo Tasso Teixeira Mendes, professor meu amigo que mora em João Pessoa, descreveu exposição que presenciara quando, nos anos 60, vivia na Europa e era aluno do Colégio Pio Brasileiro, da Igreja Católica.
Tratava-se da obra de artista brasileiro, gravador em metal e que desenhava figuras mínimas em cabeças de alfinetes. Reproduzia figuras as mais diversas, desde paisagens a monumentos arquitetônicos. Em um desses trabalhos gravou a Basílica de São Pedro, de Roma com os detalhes da bela fachada. Toda a exposição do exímio criador cabia numa única caixa de fósforos e os expectadores ainda precisavam usar lentes para contemplar as pequenas produções mostradas no reduzido espaço.
Diante da minha admiração, Paulo Tasso então me informou que o mesmo lhe acontecera na ocasião, visto o teor de dificuldade do trabalho desenvolvido, quando soube, através do artista, que existem japoneses que descem ainda mais às particularidades da técnica de gravar superfícies mínimas, utilizando apenas a superfície localizada na ponta de agulhas, usando instrumentos milimétricos e equipamentos óticos adaptados para isso.
Aonde chega a sofisticação da criatividade humana neste mundo.
As miniaturas de há muito merecem relevo no âmbito da cultura, sobretudo nas civilizações orientais, dadas ao esmero do reducionismo. Museus de arte chineses expõem peças dotadas de tal minudência que, por vezes, uma única delas reclama a vida inteira de seu autor para inteira conclusão.
Isso demonstra o infinito do engenho criativo, considerando o valor apreciável das manifestações estéticas no estudo das populações e suas histórias fenomenais.
Nenhum comentário:
Postar um comentário