domingo, 11 de novembro de 2012

Vulgarização do corpo


As invenções da indústria de produzir armamentos deixam claro o descaso dessa humanidade quanto ao corpo, tratado igual a uma coisa qualquer. Desde aquilo se joga para dentro do organismo a título de nutrição, até o jeito de adotar a pele e nela desenhar tatuagens apressadas, vendas grosseiras, sobretudo da beleza plástica, os esporte de lutas perversas, riscos de excursões radicais a montanhas e vastidões geladas, isso tudo denota o pouco jeito dos humanos quanto à utilização da matéria que a Natureza lhe fornece no sentido de aproveitar e tirar da experiência as melhores lições imortais.

Bancas de revistas, televisões, ruas, demonstram com excesso a prática infiel de oferecer corpos no mercado aberto da fama e da vulgaridade. Tanta beleza jogada nas latas de lixo... Tanta ausência dos critérios menos drásticos... E saber quanto de aprimoramento resultou na forma física, o instrumento inigualável que ora dispomos para chegar neste chão, habitar junto de tantos elementos vivos a condição biológica, porém ainda inconscientes do nível de sofisticação da máquina mais perfeita que somos nós no estreito espaço entre o nascimento e a morte, andarilhos das estrelas.

Há como que impaciência acelerada de cuidar dessa parte do mundo que nós somos. Pressa descomunal invade, pois, terrenos pegajosos de vícios e autodestruição em massa,  que significa esse momento dos seres humanos.

Disso falam as emergências dos hospitais, as penitenciárias, os bares, multidões embriagadas nas noites perdidas dos campos de batalhas. Espécie de saturação existencial resulta noutros dramas maiores, quais sejam  insegurança das cidades, criminalidade ostensiva e falhas éticas dos que recebem a função de conduzir a sociedade no rumo correto.

No transe aberto desses tempos metálicos, no entanto, as leis da Eternidade continuam leva adiante novas palavras de sobrevivência das espécies, trazendo filhos e os alimentando da Esperança, apesar dos atos contraditórios verificados.

Se nem sabem cuidar do pequeno território do corpo, que sustenta as relações pessoais e coletivas, imagine querer mandar no Universo, pretensão de tantos necessitados nas suas viagens exóticas...

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