domingo, 25 de novembro de 2012

O mito desvelado


Na floresta ainda virgem do Inconsciente há setores imensos desconhecidos pela Humanidade. Vez em quando, alguns dos heróis do espírito desvendam parte de vastidões, e partilham com os demais suas obtenções vanguardeiras bem sucedidas.

O desafio, no entanto, da transmissão desses conhecimentos eles buscam superar através da criação dos códigos na transmissão que desejam, conquanto profundo abismo separa o testemunho das pretensões da mensagem, qual seja da linguagem que transmitirá o conteúdo a repassar. Estabelecer os termos da condução do conhecimento a modo que possa chegar ao outro nos termos mais próximos da clareza e correspondentes à verdade original, plano ideal do Processo da Comunicação.

Dizer o que pensa que esteja dizendo. E o outro ouvir o que pensa que esteja ouvindo. Sem perder o essencial da mensagem. Romper as barreiras da distância cultural entre emissor e receptor. Isto no sentido de ultrapassar os tais obstáculos entre as consciências na propagação dos mistérios resolvidos pelos argonautas da sabedoria. Resultado, existe a criação do mito.

Na linguagem técnica dos dicionários, Um mito (do grego antigo μυθος, translit. "mithós") é uma narrativa de caráter simbólico, relacionada a uma dada cultura. O mito procura explicar a realidade, os fenômenos naturais, as origens do Mundo e do homem por meio de deuses, semi-deuses e heróis. Wikipédia

Daí, bens simbólicos trabalhados pela arte em geral. Os textos, as imagens narrativas, as lendas, os contos iniciáticos, as tradições populares, religiosas dos livros sagrados, as narrativas orais, as parábolas cristãs, xamânicas, budistas, zen-budistas, sufistas. A cultura fantástica das heranças etnológicas, nalgumas situações vistas como matéria de fé.

Nas fontes universais do crescimento humano, prevalece a liberdade dos cultos, das manifestações coletivas, os panteões de deuses históricos, domínios ganhos  a duras penas, forças vivas dos povos em todo tempo, na voragem dos milênios vencidos.  

Querer, pois, punir ou vigiar a gênese do esforço humano em ultrapassar as limitações da universalização  do conhecimento significaria arbitrária temeridade, longe do âmbito da cultura e das leis que regem a autenticidade, portanto.

O mito preenche, assim, lacunas da percepção na fase provisória da revelação perceptiva e vence intervalos na clareza do sentimento e do pensamento. O engenho das revelações haverá, por conseguinte, de plenificar o território da consciência de Si e do outro, abrindo o plano ora inconsciente das almas, quando sumirão as trevas depois de longo período, na história espiritual dos humanos.  

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