Na floresta ainda
virgem do Inconsciente há setores imensos desconhecidos pela Humanidade. Vez em
quando, alguns dos heróis do espírito desvendam parte de vastidões, e partilham
com os demais suas obtenções vanguardeiras bem sucedidas.
O desafio, no entanto,
da transmissão desses conhecimentos eles buscam superar através da criação dos
códigos na transmissão que desejam, conquanto profundo abismo separa o
testemunho das pretensões da mensagem, qual seja da linguagem que transmitirá o
conteúdo a repassar. Estabelecer os termos da condução do conhecimento a modo que
possa chegar ao outro nos termos mais próximos da clareza e correspondentes à
verdade original, plano ideal do Processo da Comunicação.
Dizer o que pensa que
esteja dizendo. E o outro ouvir o que pensa que esteja ouvindo. Sem perder o
essencial da mensagem. Romper as barreiras da distância cultural entre emissor
e receptor. Isto no sentido de ultrapassar os tais obstáculos entre as
consciências na propagação dos mistérios resolvidos pelos argonautas da
sabedoria. Resultado, existe a criação do mito.
Na linguagem técnica
dos dicionários, Um mito
(do grego antigo
μυθος, translit. "mithós") é uma narrativa de caráter simbólico, relacionada
a uma dada cultura. O mito procura explicar a realidade, os fenômenos naturais,
as origens do Mundo e do homem por meio de deuses, semi-deuses e heróis. Wikipédia
Daí, bens
simbólicos trabalhados pela arte em geral. Os textos, as imagens narrativas, as
lendas, os contos iniciáticos, as tradições populares, religiosas dos livros
sagrados, as narrativas orais, as parábolas cristãs, xamânicas, budistas, zen-budistas,
sufistas. A cultura fantástica das heranças etnológicas, nalgumas situações vistas
como matéria de fé.
Nas fontes
universais do crescimento humano, prevalece a liberdade dos cultos, das
manifestações coletivas, os panteões de deuses históricos, domínios ganhos a duras penas, forças vivas dos povos em todo
tempo, na voragem dos milênios vencidos.
Querer, pois, punir
ou vigiar a gênese do esforço humano em ultrapassar as limitações da
universalização do conhecimento
significaria arbitrária temeridade, longe do âmbito da cultura e das leis que
regem a autenticidade, portanto.
O mito preenche,
assim, lacunas da percepção na fase provisória da revelação perceptiva e vence intervalos
na clareza do sentimento e do pensamento. O engenho das revelações haverá, por
conseguinte, de plenificar o território da consciência de Si e do outro,
abrindo o plano ora inconsciente das almas, quando sumirão as trevas depois de longo
período, na história espiritual dos humanos.
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