Amor, eis o poder
infinito que transforma as contradições das jornadas e atualiza valores e circunstâncias
por vezes trágicas, talvez inevitáveis. Quando propomos algumas considerações a
respeito da doação de sangue, de medula, córnea e órgãos vitais, pedaços de
nossos corpos que a Ciência obteve o ganho de os participarmos com os demais
seres humanos, nos vem à lembrança o reparo sublime das máquinas que nos mantêm
no seio da natureza.
Dia 25 de novembro é
comemorado o Dia do Doador de Sangue, data escolhida para evidenciar a coragem
dos que contribuem nesta preservação de existências físicas perante os diversos
riscos na saúde, através da sobrevida que lhes permite receber o plasma sagrado
depositado nos bancos de sangue. A humanidade evolui ao nível de oferecer
tamanha oportunidade, participação valiosa de outros, os chamados doadores,
pessoas especiais, na história clínica dos semelhantes. Já cabe sentir no
coração o tanto dispomos na busca da perfeição em grau de sentimentos bons,
solidariedade, virtude, destas pessoas escolhidas.
Inexiste amor maior do que dar a vida pelos
irmãos, afirma o livro bíblico
de João 15, 13, enquanto, na essência
mais verdadeira, este pensamento se torna viável, ao pé da letra, em toda probabilidade,
na circunstância das doações. Oferecer parte de si mesmo em favor de outras
criaturas, numa atitude ímpar, excelente gesto de abrir mão de parcela do
próprio organismo a fim de partilhar o bem da vida com irmãos por vezes
anônimos, importância inestimável, recurso que só avalia quem cruza momentos de
aflição. Muitos e muitos, em quantos lugares, contam histórias parecidas.
Sem perder vitalidade,
o doador agirá movido pelas bênçãos do gesto de servir os irmãos de humanidade
nas crises... Quanto há nisso de desapego e grandeza... Ainda estamos longe de saber
das exatas proporções, o significar pleno disto, porquanto passa além das
providências apenas materiais deste mundo temporal.
Nada superior em
termos de magnanimidade, portanto, do que o gosto de se permitir multiplicar a existência
em outras existências. Amor que existe no que afirmou o evangelista, lição digna
de ser secundada, nas possibilidades científicas de cura deste momento.
Partilhemos, pois, de
nós e ofereçamos à medicina tão nobre instrumento de preservação do direito de
viver.
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