terça-feira, 22 de agosto de 2023

A balança dos sentimentos


Bem isto, de buscar a si mesmo, vidas e vidas até cruzar a longa distância entre os pensamentos e os sentimentos, o interesse e o Amor. Daí, depois das tempestades da compreensão, vemo-nos diante doutras ocorrências, quais sejam de como dominar as paixões e achar o sentimento maior, verdadeiro, eterno, de amar, sendo este o fiel da balança dos sentimentos. Já escaldados de tantas dúvidas entre o instinto e a realidade, padecemos da síndrome do desejo à plenitude.

As histórias refletem os contrastes da espera de revelar o senso do Absoluto que dorme nas entranhas dos seres em evolução. Nisso, pesam a carne férvida, o jogo de claro/escuro das horas e as saudades que alimentamos dias afora de presenciar aquilo que possa corresponder à satisfação definitiva de existir. De olhos por vezes imprudentes, corremos, pelas jornadas dos impulsos, à procura da Luz. Não poucas vezes, no entanto, presenciamos sumir nas estradas as réstias que seriam a força viva de que tanto carecemos.

Durante todo tempo, os pratos da balança perduram nos nossos próprios braços, ao sabor dos ventos, das marés da pura sorte, porquanto deixamos de lado a prudência, a esperança e o valor da concentração naquilo que aspiramos. De algo, porém, vive-se a certeza de que houve um mínimo progresso no correr das estações; tal nos fala a coragem de continuar e sustentar o senso desta razão de descobrir a plena felicidade. Enquanto isto, olhos fixos no fiel dessa balança do outro lado de existir, assistimos aos novos instantes de revelações e paz. Assim, face a face consigo mesmo, tangemos o trilho dos destinos na disposição de chegar, lá um dia, em um plano equilibrado de tudo quanto há.

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