segunda-feira, 16 de maio de 2022

A resistência da vontade


O querer desde sempre impõe condições. Qual quem obedece a uma força desconhecida, tem-se a nítida impressão que somos comandados por entes até então desconhecidos, neste mar de fenômenos inevitáveis. Depois da prática vem a virtude dos que praticam. O desejo de acertar naquilo que a vontade determina fica aquém dos que a exercitam. Tais blocos de pedras que descem das montanhas, as atitudes crescem na medida em que os resultados sujeitam os que os deram origem à força de tê-los praticado. Algo assim de receber os próprios frutos, porém quase sem compreender a força que impõe a sua produção. Espécies de consequências de si mesmos, seres pensantes vivem no mar das consequências e adormecem debaixo das suas ações.

Nisso a visão de sermos produtos de nossas ações no decorrer de todo tempo. Sermos o que fizemos do que ora somos; seres agidos, antes de seres agentes. Uma matéria prima da individualidade, fazemos do que nos é dado fazer através das nossas escolhas. Então seremos os frutos das escolhas que tivermos feito. A pretensa liberdade vem nesse ritmo, de termos liberdade a fim de acertar, porquanto errar não é liberdade, mas escravidão.

E a vontade corre solta nesse viver a vida que nos é dada. Após escolher, resta receber os resultados. Nem, muitas vezes, sabe-se o que lhe moveu a agir. Seremos, pois, vítimas ou senhores do que fizermos, e não donatários exclusivos das ações.

Daí a importância da vontade férrea no caminho que desejamos nos sujeitar. O plantio é livre, mas a colheita obrigatória. E longe de alegar que desconhecíamos a Lei do Retorno. A facção do bem reporta o merecimento do Bem. São leis da existência durante qualquer época e onde quer que seja. Fazes por ti e os Céus de ajudarão.

Há de se pensar que o materialismo desconhece a realidade maior, invisível, por conta de alimentar ignorância dos reais propósitos de tudo quanto determinam os acontecimentos, no entanto a eles deverá, sem alternativa, obedecer e render graças ao processo em movimento.

2 comentários:

  1. ".... Uma matéria prima da individualidade, fazemos do que nos é dado fazer através das nossas escolhas. Então seremos os frutos das escolhas que tivermos feito. A pretensa liberdade vem nesse ritmo, de termos liberdade a fim de acertar, porquanto errar não é liberdade, mas escravidão."

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