terça-feira, 14 de setembro de 2021

A consciência da Consciência


Isto de saber que tudo em volta é mera sombra da luz que somos nós resume o significado de todas as coisas. Que somos a testemunha de nós mesmos daqui do Chão. Que ilusão e sombra representam o reflexo da luz que transportamos no nosso ser. Que a essência do que existe habita em nosso interior, na forma de consciência de Si. Que isso, de revelar a que viemos, tem por finalidade viver enquanto existimos provisoriamente no decorrer do processo das horas que se desfazem aos nossos olhos.

Transportamos vidas e vidas nessa busca incessante, o que acontece durante as vezes que aqui estamos ou estivemos nos dias pretéritos. Onde existe luz há de haver sombra, nas situações ora experimentadas, no dia-a-dia, nos sonhos, no sono, enquanto buscamos a resposta dessa longa interrogação que trazemos no íntimo. A sede da Consciência, da Luz essencial de que falamos, mora no âmbito do coração espiritual, mais do que só no coração físico. Eis o seu pouso geográfico em nosso corpo.

Todo tempo de reconhecer tais interpretações nos vem oferecido na máquina que aqui viemos exercitar, o trilho perfeito de responder ao enigma que lá um momento decifraremos e conquistaremos, ao sol do definitivo senso, a Consciência... As contradições destas horas na matéria são a escola do autoconhecimento.

Isto, pois, que seja a definição dos valores humanos face ao destino e às circunstâncias. Teto do mistério das indagações, pousaremos no Reino de uma paz soberana, esperança e glória da mais pura tranquilidade, conquista dos tronos e apreensões da História deste itinerário parcial ora vivido. Pela força do exemplo além da força das palavras, os aventureiros de mil experiências avançam dentro de si próprios, na firme convicção de vencer e chegar aos céus da tão desejada Felicidade durante quantos milênios, até o domínio da Consciência absoluta. 

(Ilustração: A luta entre o Carnaval e a Quaresma, de Pieter Bruegel, o Velho).

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