sábado, 26 de abril de 2014

As possibilidades

Há um ilimitado que fascina através do enorme desejo de superar as distâncias infinitas, as elevações intransponíveis de fronteiras inatingíveis, sonhos dourados dos inalcançáveis contos de fadas... Esse travo de viver acordado as experiências do mais perfeito que disseram morar no alto das cordilheiras geladas, bem lá em cima, nas perdidas agulhas do teto deste mundo.

Sei, sim, que as almas imaginaram herdar a eternidade por prêmio do quanto seria possível existir para sempre pela felicidade eterna dos virtuosos santos. Nem morrer, nem de fazer doer nos outros a própria morte... Sem deixar quaisquer saudades indesejáveis nos que se ama quando chegar no estágio final do percurso vida.


Claro que sei, pois o tempo senhor dos objetos passando na velocidade estúpida dos momentos impacientes grita, todo dia, essa linguagem contundente do desaparecimento e escapa insistente nos programas realistas da televisão em redes nacionais.

Porém quero aqui falar nas possibilidades dos seres que já habitam a morada dos deuses (lá no Sois deuses e não o sabeis, de que falam os evangelhos). Por dentro da gente mesma, nas malhas dos valores imortais, das virtudes que mantém o homem vivo, alegre nas ruas. Eles, que gargalham fácil nos mercados; que têm dedos que se detém nos cabelos da amada; que beijam, abraçam os filhos queridos; chegam apressados nas repartições públicas à busca do pão de todo dia.

Falar na força da criatividade, que descobre as vacinas, os circuitos elétricos, o voo do mais pesado que o ar, as sementes das lendas, o espírito das artes, o cinema, as folhas de zinco que cobrem os estádios de futebol. Do possível das marcas intransponíveis dos gênios aos sons universais das estrelas, ouvidos a milhões de quilômetros, nas coloridas produções cinematográficas. Da necessidade dos estágios jamais interrompidos das galáxias pelos céus do Universo.



Trabalhar, por isso, à luz inextinguível da fagulha que reside o íntimo coração das florestas indevassáveis e receber a energia imbatível da consciência que a tudo preserva com vontade soberana. As possibilidades insuperáveis das humanas fragilidades que, contudo, persistem lutar diante das ondas fenomenais do desconhecido, e revelam, no âmago de Si, o mistério de chegar da lama às estrelas faiscantes dos céus.    

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