sábado, 31 de agosto de 2013

Fatalismo guerreiro

Eu, que escrevo o que quero, quando quero e porque quero, desta vez quis ignorar a sentença que outros andam traçando de começar nova guerra, e me vejo meio sem alternativa de ficar quieto. Avalio isso de liberdade, se quando acontecer já estava antes traçado, segundo o fatalismo filosófico.

Na história de Jesus, ele se rende às evidências deixando que as Escrituras surtissem o resultado previsto pelos profetas. Houve momentos, quando indagado ser o Rei dos Judeus, e respondeu sem alongar o assunto: Tu o dizes. Nada de palavras de defesa ou argumentos de explicação. Assim, calado e calmo, deixou que cumprissem nele todos os ritos da Paixão, noutras palavras: Abraçou livremente a Paixão.

A força do que deve acontecer impera por cima de toda limitação, rasgando metas que pareciam inalcançáveis, inclusive em termos de insanidade. Fábricas tão refinadas para produzir mortes e ruínas!? A espécie dos doidos inteligentes domina o chão dos homens numa farra descomunal.

Isso mostra semelhança com as razões do tempo, diante do instinto guerreiro dos seres humanos que sempre arranja motivos de lutar, nas tais guerras chamadas justas, onde o interesse dos grupos confronta a realidade pacífica do trabalho e do progresso.

O que antes dera sinais de transformação em formato de Paz, no final da Segunda Grande Guerra, por exemplo, que disseram depois de tudo aquilo jamais ocorreriam novas tragédias das armas, e os pactos de não agressão duraram pouco, de seis a oito anos, até a Guerra da Coreia, início do confronto de russos e americanos. A Síria, hoje, é a bola da vez.

Chega, no rastro das ocorrências bélicas, a antiga indagação quanto ao fatalismo: Será também o Apocalipse dessas escrituras inevitáveis? Outros profetas previram mudanças bruscas na história, com desaparecimento de bilhões de vidas. Então, penso comigo, mora no sem jeito a fome das guerras, no cumprimento dos livros sagrados, pois grandes potências continuam pesquisando e produzindo canhões, mísseis, aviões, navios, submarinos, artefatos por demais sofisticados, visando destruição em massa. O teatro, no entanto, restou pequeno diante de tanta capacidade autodestrutiva, na casa comum de todos nós. E ninguém demonstra possuir força suficiente de conter a imbecilidade reinante nos corações ferozes.

Sábio e santo, Jesus bem que respeitou a Lei e abraçou livremente a Paixão, deixando lição de Paz ainda hoje desconhecida pela maioria da gente.       

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