quinta-feira, 16 de fevereiro de 2012

O tempo das palavras

Quebrar as malhas do silêncio e buscar enlevo nas frases ditas ao valor simbólico daquilo que as palavras exprimem ao sabor do desejo, dá como que música com gosto de frutas verdes. Um exemplo, pois, o peso da paciência, esse passo que antecede o desespero. Frases ricas das oportunidades, encruzilhadas de fugas para dentro da paz nos depois que acumulariam as dores das humanas relações deterioradas. A mãe paciência, santa que defende os matadouros, as fornalhas da ambição, da prepotência, das guerras. Paciência, irmã da luz nos corações enternecidos.



Palavras ricas assim, grávidas de meios de conter as cordas soltas dos barcos, nos mares bravios. Paciência, reverência, controle, calma, tranquilidade, educação, simpatia, humildade, domínio, concentração, habilidade, palavras.



Bom, comecei de tal maneira a falar, sobretudo, da paciência, a força imensa das massas em conflito que contém fome de justiça, instinto da reviração dos equívocos pelo manto santificado das orações nos cantos de quartos em casas solitárias das famílias dispersas. Força descomunal do amor na paciência, que habita o cérebro estimulado das gerações desencontradas, muros que detêm a fúria das boiadas enfurecidas, portas batidas às pressas no instante da raiva, nas ruas, nos becos e subúrbios abandonados de homens ingratos.



O amargo doce das palavras que crepitam na abóbada de bocas ressequidas, amores impacientes restritos à ordem. As feras ensinadas em circos, as palavras, filhotes da prudência. Nesses aspectos, voos sombrios de aves mansas lá no céu do coração.



Viajar, por isso, nas calhas do mais íntimo denota países humanos que exigem silêncio de poucas palavras – do sim, sim ; do não – não. Querer impor condições exige as cartas maiores do jogo. Manda quem pode, obedece quem tem juízo, diz a população.



Na avaliação entre o tempo e as palavras comporta um verso, que durante essa faixa estreita impera o instinto da fala e o motor da emoção, a quebrar pedras e forçar paredes da violência. O maestro de todo mundo, desde o pequenino ao maior, do beija-flor, bentivi..., habilidade no lidar com as palavras sem censura, no entanto saborosas no ato de amar, outro não é senão o si próprio. Criar ao dizer, trabalhar o mármore do si nas artes que elabora.

Nenhum comentário:

Postar um comentário