Da impaciência dos humanos veio isso, a imprensa, lá com os tipos móveis de Gutenberg, em finais do século XV. Isto já utilizando uma criação que havia, no Oriente. O primeiro livro impresso seria uma Bíblia de 62 linhas, em substituição aos exemplares escritos à mão pelos copistas, nos mosteiros de antigamente. Antes eram as cartas que viajavam em lombo de animais ou pelos mares afora. E eles, os escribas, nessa vontade intensa de chegar mais longe, dizer o que, senão, ficaria perdido para sempre. Na sequência, os outros meios de transporte, até o correio aéreo, desenvolveram a fala na distância.
Daí então, o que restaria na imaginação hoje ganha
movimentação extraordinária e viaja a penetrar os lugares mais incríveis
através da comunicação eletrônica. Tudo sem, no entanto, a não perder o fio de
buscar romper o silêncio que dorme na intenção de todos. Silêncio tardio.
Calmaria dos ventos dentro da alma da gente. Vontade inigualável de tocar não
só o pensamento, mas o sentimento. Reviver aquela intenção original do Verbo, que se fez carne e habitou entre nós.
Quem, de sã consciência, conseguiria vencer a distância
intransponível entre as criaturas, dizer
o tanto do que pretende e tocar as dobras da fala, enchendo de sol o âmbito das
vidas? Mesmo porque haveria de haver essa estranha capacidade a que fizéssemos jus
do som vencer a história e se espalhar pelo mundo?
Nessa vontade extrema de contar o que desaparece no tempo
logo em seguida pôs no juízo de todos pela ânsia de romper o desaparecimento
das memórias e controlar os outros. Vencer a dor da ausência e viver outras
dimensões que sejam.
Contudo as palavras insistem dizer o que alimentamos e
sobreviver à essência de sentido nas ilusões que se esvaem e vencer o silêncio
dos dias em nós próprios, até encontrar a luz da Verdade no seio do coração.
... à essência de sentido nas ilusões que se esvaem e vencer o silêncio dos dias em nós próprios, até encontrar a luz da Verdade no seio do coração." Parabéns!
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