Eles, nós, esses viajantes da sorte. Ambulantes dos dramas humanos, que lhes contorcem as entranham e impõem continuar sem sombra de dúvidas ao lugar de onde vêm. Ir, ir sempre a lugar algum das estradas da solidão. Os cavadores de alternativas de ser feliz qualquer hora. Buscadores de alegria. Sonhadores do Eterno. Eles, nós, e este mar de vendavais. Os descendentes de Adão à procura de um Paraíso perdido lá certa vez. Vagamos, assim, na pista das oportunidades. Senhores das escolhas e escravos dos resultados. Frutos de nós mesmos. Penhores na loja dos destinos. Apenas lentamente a gente desvenda o véu do esquecimento e descobre as naus catarinetas de perdidas aventuras. Corações que pulsam. Mentes que leem no céu e adormecem na escuridão, essa vontade inesgotável de ser alguém nalgum momento quem sabe?!. Eles, nós, e aqui o rastro dos próprios laços.
Vistos desse modo, somos, pois, herdeiros universais de nós
mesmos, nessa história do mistério em formação dentro de todos. Atores dos
dramas elaborados a cada manhã, exercitamos esses papéis diversos quais fôssemos
criaturas privilegiadas tão somente dos nossos atos. Contudo todos aguardam
todos nas mesmas estações donde vêm, afeitos que são aos dramas que encenam e
morrem logo depois neles, face ao poder da cena final. Eles, nós, fila imensa
de esperanças e dúvidas, pequeninos seres no bairro do Infinito. Uns que
padecem; outros que esquecem que um dia também padeceram.
Nesses tempos quando esquenta o calor, na permuta das
estações, de alguma forma surge com mais intensidade o aceno da realidade.
Gritos de sequidão preenchem as matas antes silenciosas e verdes. Animais somem
nas poucas sombras que restam. Brisa de poeira invisível flutua no tempo a
contar dessas histórias guardadas aos poucos no seio da mata virgem.
Vem daí um gosto forte de revelação do que se passa dentro
da gente a dizer das proezas de viver e sorrir face tudo quanto existe, na
certeza dessa exatidão matemática que sustenta as incontáveis galáxias na tela
do impossível, nas distâncias monumentais. De nós mesmos e da luz que nos
acende a todo passo, eles, nós, seres tão iguais, apenas rasgam o couro das
palavras e derramam no vazio as cores dos sentimentos.
Vem daí um gosto forte de revelação do que se passa dentro da gente a dizer das proezas de viver e sorrir face tudo quanto existe, na certeza dessa exatidão matemática que sustenta as incontáveis galáxias na tela do impossível, nas distâncias monumentais
ResponderExcluirParabéns pelo seu texto.🌹
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