Os místicos insistem no conceito de que, em verdade, apenas o chamado
presente representa mera transição
entre o futuro e o passado. E que consciência significa esse eu que testemunha
o movimento do tempo na pele das criaturas. Que o passado nada representa senão os arquivos dessa memória, a conter os registros guardados na chamada
consciência. Que somos algo além da memória, porquanto somos quem se apreende do
seu conteúdo, porém um ente bem maior, que precisa ser identificado e
preenchido por nós mesmos no decorrer das existências.
São considerações assim dos que buscam insistentemente
encontrar a resposta, o sentido de tudo isto, considerando a oportunidade do
aprimoramento que possa lhes oferecer a estrutura da realização.
Nisso, a cada passo conduzimos esse barco de viver pelas marés
do sentimento, preenchendo os instantes através de pensamentos e palavras, sempre
a dar um jeito de responder, ainda que de modo provisório, a equação de estar
aqui. Há urgente necessidade desse código que justifique, mesmo que provisoriamente,
a circulação do Tempo em nós, quais espelhos, no nosso desempenho, em acompanhá-lo
incessantemente, seus coadjuvantes. Quer-se fugir, nalgumas horas, sem, no
entanto, ter aonde chegar.
O resultado são as infinitas hipóteses de justificativa no
continuar diante de tudo. Querem-se donos de si, porém as ondas desse mar de
sentimentos sujeitam tanger lá longe planos e metas individuais. A tal
existência humana desses tais seres ditos inteligentes implica nessa busca
persiste de uma felicidade plena.
Ao ouvir o farfalhar harmonioso do vento nas folhagens da
mata bem dizer escuto essas antigas narrativas que agem por dentro da gente e
descrevem quantas vezes já vivenciamos esse claro/escuro entre passado e
futuro, uma melodia do que se procura, sem letra e ritmo. As vezes em que
insistem continuar, contudo, mostram muito mais daquilo de que carecem os viventes
da Natureza e pouco ou nada conhecem de uma consciência definitiva.
Igualmente, isso importa numa responsabilidade urgente de encontrar
as respostas que gritam, já agora, incansáveis através da carne viva do Destino
em nossas próprias mãos.
"Ao ouvir o farfalhar harmonioso do vento nas folhagens da mata bem dizer escuto essas antigas narrativas que agem por dentro da gente e descrevem quantas vezes já vivenciamos esse claro/escuro entre passado e futuro, uma melodia do que se procura, sem letra e ritmo. As vezes em que insistem continuar, contudo, mostram muito mais daquilo de que carecem os viventes da Natureza e pouco ou nada conhecem de uma consciência definitiva." Maravilha de texto! Tardes de setembro!👏👏👏
ResponderExcluir