Nalgumas vezes isso significa tão só matéria de sonhos. Quem se ser sem o saber real, portanto. Sombras de si mesmas a vagar soltas no impossível das eras imortais. Daí a sede da Ciência em querer responder ao intocável pelas palavras e mãos humanas. Vontade insistente de encontrar no pouco o que seja de interpretar a razão nem de longe sustentável do invisível. Estado de neutralidade absoluta bem claro que ninguém saberá jamais, ninguém conhecerá desse conhecimento definitivo. Por mais que represente a elite da sapiência neste mar das indagações, vagamos quais dúvidas em perspectiva, ao sabor dos ventos e das vagas. São muitos laços que circundam a mente e retêm o véu denso do mistério. Ao que parece, olhos brilham nas trevas, porém ainda submetidos aos ditames desse poder mágico da interrogação de resposta desconhecida de tantos, senão de todos.
E neste espaço intransponível de tempo desfilam as gerações
sucessivas. Algumas chegam quase a decodificar os segredos, no entanto só a
dizer perderam o senso da realidade e ofegam extasiadas na ausência do Infinito
em volta. Um vazio sobre o outro. Uma lâmina de luz sobre outra, nisso em que
padecem os iguais a nós, pedaços de universos em flagelação constante. Houvesse
claridade na consciência das pessoas e haveríamos de unir em cada um a
compreensão disso tudo quanto existe e desconhecemos, no âmbito das palavras e
silêncios.
A fragilidade dos pensamentos impõe esta atitude calejada do
pouco ou quase nada que ainda somos de conhecer. Os detentores do poder
temporal avançam na própria carne das almas e se devoram, na ânsia de vencer o
invencível. Daí os quantos condenados imprudentes a transportar a forca da
justiça contra sua particular existência. Com
a medida com que medirdes medir-vos-ão também a vós. São eles os impostores
que a si condenam no passo perdido que já carregam consigo vidas afora.
Bom, bem isso da provisoriedade do que antes acreditávamos
eterno e que se desmancha pelos ares às nossas vistas e perante nossas
limitações de encontrar o sentido absoluto de tudo. Até aqui, igualmente, eis o
destino de todos nesse transe parcial.
O eterno e o transitório são como que duas paralelas, caminhos distintos que nunca se cruzam. Belo texto.🌷
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