Lá estão eles dois, razão e coração, à margem do Tempo. Olham em volta e querem a todo custo dominar os entes que nós somos. Invadem as propriedades deste ser e movimentam o barco das existências, a formar ondas gigantes de emoções e raciocínios, na mesma velocidade com que acontecem os sóis na areias do deserto da razão, do coração e de nós mesmos, Aventureiros desse território que tem de passar sem dúvidas, desfazer o calendário em mil fragmentos eis que vieram, fagulhas que somem no rés do chão da ausência.
Os dois, então, prevalecem quase que sempre, na força de
dominar os sentidos e reavivar as sensações que passam. A bem dizer, artesões
das horas findas, salvam de si a responsabilidade, nessa prática de todos.
Quais monstros devoradores das criaturas à busca de conhecer a saída de onde
habitam, batem cabeça no frechar das portas do Infinito e caem exangues nas masmorras
do Destino.
Isso assim, o rio informe do Tempo no formato de razão e
coração, nas telas da consciência dos protagonistas que apenas somos e depois
sumiremos pelo ralo desses nada que logo ali nos esperam de braços abertos nas
malhas do mistério. Fossemos contrariar o filme que incansável projeta o senso
nas telas dos instantes e disso qual o quê e aonde nos levariam os elementos de que somos formados, pois?
No entanto é que seja de tal modo inevitável e que aqui
neste agora quedemo-nos à sorte da certeza de existir, a fim de continuar as longas
histórias dos vivos em rumo do constante desaparecimento, enquanto longe pulsa impaciente
o coração sob os olhos fixos de humanos pensamentos. Não fosse prudente, seria aquietar
os sentimentos e adormecer nas malhas dos sonhos, corredores infinitos das
possibilidades inexistentes, que vivam abertos na alma a essas interrogações,
seres aflitos na visão de saber e luzes acesas da natureza que dorme na
presença inesgotável deste pouso a que ora chegar possamos em certo dia de
manhã.
Que riqueza de texto, razão e coração , tão bem relatado é descrito de forma filosófica e também real." O rio do tempo" este rio que segue sempre em frente e não volta. Tal qual a nossa vida que passa de forma tão rápida que se quer nos damos conta de quão presente é o nosso futuro.
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