São elas as vítimas dos desejos, viciados no prazer...
Padecem ainda à sombra das próprias árvores de humana servidão. Não poucas
vezes, até que entregam a sorte aos fazedores de escravos que vagam nas noites
escuras do passado em movimento, que lhes devora de dentes amolados quais
mercadores de almas em suas atividades constantes nas ruas do sofrimento alheio.
Que eles parecem nada saber disso por fria entrega às malhas
da sede insaciável da ignorância da Verdade e dos apegos doentios ao chão da
carne onde saciam viver em liquidação, ninguém sabe quantas mais reencarnações
há-de sorver vidas adiante. Resposta inglória às tantas oportunidades de
revelação doutras naturezas bem valiosas que as que transportam nas malhas do
coração, isto, no entanto, fervem de apetite pelas frestas da ilusão imediata.
Quem sabe sejam esses aqueles mesmos que noutras ocasiões
deixaram fugir entre os dedos as possibilidades da cura dos males da matéria e
prendem laços à fúria dos braços torpes de uma condição inferior dos que aqui
permanecem por maior tempo. Quebram as barreiras da fortuna e nutrem os nexos
das ruínas que produzem no trocar de passos. Algozes da esperança de que
poderiam ser a origem, deixam cair na lama da ausência os melhores sonhos.
...
Atônitos, regressam de mãos vazias no mergulho que dão nas
fibras do espaço mais lento, longe até do que haviam descoberto aos chegarem
aqui. Viram tantas vezes o brilho do Sol, porém largaram fora toda a força das
manhãs iluminadas de beleza e penhor. Feridos na ânsia incontida dos valores
imediatos, gastam, num piscar de olhos, a infinitude da fortuna recebida e
choram aos braços da amargura, nessa urgência de propósitos válidos ao senso da
purificação das almas de que sejam os parceiros durante a longa Eternidade.
Na sofreguidão dessas angústias, pois, habita quiçá a maior
população de todos, presas fáceis da inutilidade daquilo que confeccionaria o novo
ser que já somos agora, à espera tão só das atitudes da liberação pessoal em
pleno voo.
Nenhum comentário:
Postar um comentário