segunda-feira, 6 de junho de 2022

As palavras dormem no silêncio e sonham na literatura


Tais seres vivos, elas habitam a dimensão das criaturas quais sombras de si mesmas, no entanto apenas jogadas pelos cantos das histórias que nunca cessam de acontecer no céu das existências. Nisso, as criaturas vagam soltas na busca de responder aos novos desafios de seus corações insaciáveis, encontrando, por vezes, o significado daquelas palavras antigas e juntando pedaços de seus sentimentos nos pensamentos, a formar conteúdos eternos pelas religiões dos povos. Nunca é tarde falar que elas também sofrem com isso, espécie de outros seres noutra dimensão talvez até mais profunda do que aquela em que vivem as criaturas humanas, e que delas se alimentam na formação dos seus valores e decisões.

Esses entes que vivem, pois, a percorrer o coração das criaturas chegam, nalgumas ocasiões, a dominá-las. Conquanto pouco senhoras de sua condição apenas menor, porquanto dependentes dos seus autores, impõem, nas horas mortas da consciência, planos de verdadeiros tumultos da ordem em volta, as fazendo vítimas delas mesmas, só que em consequências desses atos nefastos das palavras ditas inocentes, que tomam as rédeas do comando e produzem perdições, fazem guerras, cavam discórdias e geram arrependimento tardio no âmbito das humanas criaturas.

Assim, elas, aparentemente inofensivas, bichos quietos pelos cantos, viram armas de longo alcance e destroem reinos inteiros, cavilam malquerenças e suprem a necessidade humana de sofrer depois de ter errado, a fim de, lá um dia, evoluírem e se livrarem desse chão de matéria orgânica. Elas, nuvens dos céus das criaturas, de comum flores e frutos nos jardins do invisível, de hora a outra invadem o território do anonimato, dividem tribos, repartem botins de conflitos e saem caladamente à toca de outras aventuras nas ações do que puderem ser mas que não serão jamais. Isto sem esquecer, igualmente, que geram esperança, conciliam grupos adversos, reformam sociedades, libertam países submissos e alimentam a paz naquelas imediações. Tudo isso, porém, na razão das condições dos humanos, das falas, dos discursos enormes de calendários e sonhos, amores e vontade constante, que persistirão durante todo tempo na alma das criaturas e seus processos inesgotáveis de criação da pura Felicidade.

Um comentário:

  1. " As palavras dormem no silêncio e sonham na literatura." Que beleza de título! 🌸

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