Isto assim acontece porquanto insiste morar comigo a primeira vez que vi o sítio, a represa, o açude, as árvores, os céus, os animais; a água que refletia intensamente tudo em volta acima do chão, qual espelho de poder revelador inesgotável. No Sertão bem desse jeito, os estirões e um silêncio contundente de matos e pessoas a vagar tais semelhantes uns fugindo dos outros a cada dobra dos caminhos. Espécies de desconhecidos de si e querer conhecer, porém desconfiados e distantes, visagens e malassombros afastados, vadios, espantados.
Aquilo gravou comigo e ainda hoje persiste até, quem sabe?, morada do para sempre; nunca soube, nem sei mais se nunca soube, de que tempo nasceu o apego a essa primeira impressão que de mundo chegou a mim e em mim permaneceu, braço de comando e paisagem definitiva, pelo menos desta vida que nasceu naquele sítio, nas quebradas do Sertão. Ficou guardada, contudo exposta no que chega e ir simbora, dos dias e das noites, nesses tempos de depois do para nunca mais.
Horas a fio e imaginar o desejo de liberdade que suplanta a acomodação das pessoas e dos bichos, das descendências. Talvez modificar todo universo cá das entranhas em claridade absoluta, que desde bem antes chamam vontade no ver e no agir das criaturas. E nisso restar prisioneiro daquela mesma visão primordial, a querer soltar amarras e sair voando feito sonho quando termina, e nunca mais repete lances e aventuras inigualáveis de si para consigo, adentro dos mistérios escondidos na alma da gente.
Nenhum comentário:
Postar um comentário