quarta-feira, 9 de maio de 2018

Ferramentas

Vez em quando surgem essas notícias bombásticas de que processaram Fulano, Beltrano, Sicrano, por conta da divulgação de dados, revelação de segredos de estado, vazamento de informações prioritárias, invasão de domínios e individualidades, o escambau a quatro. Depois, as recomendações de que os aplicativos fuçam a vida das pessoas nos diferentes lugares do Globo vistas as redes sociais, que hoje controlam pessoas, negócios, instituições, política, orçamentos, justiça, passado, presente, futuro, trânsito, organizações, saúde pública, segurança, cultura, riquezas, bolsas de valores, tudo, enfim. Anonimato é palavra fora de moda. Um Deus nos acuda de cabos de fibra ótica circula por baixo dos mares e cintura o mundo inteiro. Câmaras apresentam o cotidiano em tempo real. Há notícia onde quer que seja, e chega aos nossos olhos através das maquininhas computadoras que viraram moeda de troca entre autoridades e marginais, estejam onde estejam, sem a menor cerimônia. Isto a ponto de modificar até o padrão de comportamento das gerações, hábitos alimentares, costumes sexuais, emprego e renda, compras e vendas, crenças e filosofias, educação e filosofias.

Os profetas de agora têm nomes esquisitos, estrangeiros, mundiais. Bill Gates. Steve Jobs. Mark Zuckerberg. Julian Assange. Senhores da Cibernética, que regem o padrão dos acontecimentos a ponto de ameaçar os próprios valores da política internacional nos reinados e nas guerras, através da suposta venda dos dados que recolhem nessas máquinas futiqueiras, o que mexe, inclusive, na Justiça dos países a segui-los de perto e, nalguns momentos, promover ações penais ainda incipientes, face ao atraso nas legislações da matéria. 

Do menorzinho ao maior, ninguém mais vive à margem do poder da eletrônica contemporânea, desenvolvida por meio de pesquisas e inteligência. Por certo subestimamos nossa capacidade inventiva, face aos resultados morais praticados, que ainda insistem permanecer na Idade da Pedra.

Conquanto alguns digam dos riscos individuais à cidadania, vistos os dados abertos pelos Facebook, Whatsapp, Instagram, Twitter, Linkedin, Wikileaks, etc., uma verdade maior se presencia: Nunca, qual nesta época, nos comunicamos com tamanha facilidade e utilizamos o conhecimento quanto no uso desses ameaçadores aparelhos de uso fácil. Há que desenvolver, no entanto, coerência nas invenções da Humanidade, ora em fase de intenso aprimoramento. 

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