segunda-feira, 5 de junho de 2017

Amor de máquina

É isto, tudo só acontece mesmo, de verdade, aqui. O mais é matéria de comunicação. Por isso o que ora passa a humanidade, a pagar o preço de inventar fazer amor de máquina. De longe também se ama, dizem os adolescentes reeditando provérbio antigo. Mas estou não questiono amar ou deixar de amar. Estou, sim, registrando, também nesta máquina, o amor de máquina destes tempos de tanta riqueza e maior perdição. 

As pessoas hoje chegam em casa, tiram a roupa, tomam banho quente, vestem a túnica de dormir e vão fazer amor de whatsapp, messenger, instagram, twitter, likedin, o escabau a quatro, que de amor mesmo tem apenas o nome. Amor de borracha e energia elétrica. Que tempos e costumes...

Quando não é defronte à televisão, escumando das ideologias da inutilidade, estão com olhos e dedos enfiados nessas maquinetas misteriosas, muito mais inteligentes do que muito gênio espalhado neste mundo.

Resultado, o que parecia vacina virou endemia. Dentro dos limites da capacidade humana, chegam vírus de poder incomparável, ferem as almas. Talvez uma geração seja insuficiente até descobrir a que veio o avanço tecnológico avassalador que agora toma de conta dos sistemas. Nenhum setor da vida permaneceu fora do domínio desses tais equipamentos. São sinais luminosos, sonoros, químicos e matemáticos que reverberam o processo da ficção e da ordem coletiva. De iniciativa particular ninguém escapa mais aos tentáculos escravocratas dos ditos bichos eletrônicos. Causa espanto falar a vocês daí do futuro da sorte que nos constrange nesses tempos, a quem essas palavras podem haver chegado de longe, no Cosmos. Pois fomos assim imperializados sem saber do risco grave a que nos submetiam os tais besouros de cativar sonhos vendidos nas lojas de departamento. 

Mas guardem um certeza, eles vieram aos poucos, devagar, e foram invadindo sorrateiramente nossas defesas e privacidade. Quando menos acordamos, era tarde demais. Agora, amor virou operações de sinais transmitidos à distância por meio de fibra ótica. E as gerações, sucessivos modelos saídos das mecânicas linhas de produção

3 comentários:

  1. Interessante pensar nisso, pois esse tipo de relação através das "máquinas" podem criar vários conflitos em uma relação.Os sujeitos se moldam a partir dessa relação tão frágil, feita pelos aparelhos eletrônicos, que geralmente não é substâncial e é frágil. Falo isso porque vivo essa relação. Ela não representa bem a realidade, sempre é deturpada em alguns sentido, quando não em vários. Penso que quando se é necessário, esse meio de relação é bem útil, porém não deveria substituir a relação presencial, que não se compara a nenhum tipo de relação dada através das "máquinas".

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  2. Não concordo com você. Cada relação, amizade ou amor de máquina, tem as suas variáveis. Tudo depende da pessoa, do interesse, da consistência desta relação. Então você acha que não possa haver uma amizade sincera, só porque é virtual. Não concordo. Acho que tem situações e " situações ".

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