quinta-feira, 5 de maio de 2016

As velhas leis sociais

Desde sempre, lá de quando em volta da fogueira contavam os antigos herdeiros as práticas do passado perdido no tempo, de quando venceram o jeito de permanecer ligados ao mesmo chão, e criar os filhos, e os filhos os netos, os netos, os netos. Contavam as histórias dos bandos invasores que foram vencidos nos seus ataques, e dos que, por sua vez, foram invadidos e derrotados. Ali continuavam a dizer das vitórias, nas noites de lua, postos em volta das fogueiras, entre o frio da noite e o calor das chamas, que jogavam sombras nas matas em volta, fantasmas dos sonhos que sumiriam logo cedo, de manhã. 


E restava só doce o desejo de permanecerem presos ao chão onde criar os filhos, os filhos os netos, os netos, os netos. E sorrir alegremente em torno das fogueiras acesas, assando caças e gritando a velocidade da luz aos ruídos da véspera, à espera das chuvas, alimentados ao vento.

Enquanto tais leis impõem seus desejos de mudança, porém sustentam os credos da aleluia dos princípios originais. Os antigos guerreiros que contavam das vitórias que lograram obter contra os pretensos inimigos, vítimas estes dos obstáculos naturais da história. Esperaram o melhor, contudo de melhor em melhor perderam o trem dos que regressavam dos campos de batalha. Fortes dramas humanos que levaram consigo, antes de ganhar a certeza daqueles que levariam a melhor nos campos de batalha da sociedade. 

Uns acharam lugar de sucesso na escolha social dos donos de poder, ainda que saibam, dia claro, que também irão responder pelas falhas que plantarem na ânsia de obter a vitória final, pois não existe vitória final de derrotas morais. Assim será diante das leis sociais, que serão sempre eternas.

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