sexta-feira, 18 de outubro de 2013

Indiferença

Algumas perguntas insistem destoar o coro dos contentes, nesse tempo de humanidade. Quanto custará o progresso material em termos de paz? Por que morrem tantos jovens, vítimas que são das drogas e da violência? Quais as razões de quantas mortes no trânsito, cinquenta por cento delas ocasionadas pelo uso das motos, transporte que avassala as ruas na pressa de resolver distâncias e afazeres? O que produz imensa corrupção invasora da sociedade, eleição após eleição na intenção de conduzir as instituições de modo justo? Como alimentar hum bilhão e cem milhões de pessoas que passam fome na face do Planeta, enquanto o desperdício representa metade dos alimentos que são produzidos?

A própria sobrevivência de todos reclama tais respostas o quanto antes, a fim de conter indiferença agressiva que parece dominar lideranças e meios de comunicação. À primeira vista, isso deixa margem a pensamentos de que interessaria manter o estado de coisas reinante, pois mesmo que haja denúncias ostensivas das aberrações e dos desencontros, o poder das massas não oferece alternativas e soluções adequadas e proporcionais. Aumentam estatísticas, prova diária do que dizemos.

As marcas andam por todo canto, sobretudo no seio das famílias menos de menor poder aquisitivo, relação direta com o sofrimento da juventude atual. Dores atrozes sacodem as estruturas dos sentimentos na forma das notícias lançadas aos quatro ventos, espécies de banda podre que alimentam o instinto sadomasoquista dos desavisados, e matéria prima de falsas seguranças.  Não é comigo, viva eu por mais um dia.

Entretanto ninguém, de sã consciência, esconderá as deficiências apontadas nos sintomas perversos que atestam o grau inferior da raça a que todos fazemos parte. Em momento algum existirá razões de esconder, pois até as pedras gritarão, nos dizeres bíblicos.

Avestruzes de cabeças enfiadas no areal desses desertos dagora passeiam bilhões de estrangeiros nesse chão das vaidades em trajes de domingo, indicação de que o drama coletivo virou assunto de terceira página, tese esta sem qualquer sustentação diante dos tribunais da Eternidade. Somos uma única família face à natureza, enquanto o egoísmo atrasado só anestesia os sentimentos positivos que demoram chegar.

Nada mais religioso, pois, do que trabalhar no sentido de reunir esforços e oferecer respostas corretas e urgentes às causas que dão origem a tamanha agrura, eis o dever deste momento de clamor dos anônimos que padecem debaixo da apatia, outra face da ausência do Amor nos corações.

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