Faço as cogitações no momento de escrever um pouco a propósito do cantor Tim Maia, intérprete da música brasileira que viveu nos Estados Unidos e trouxe ao Brasil o soul , gênero adotado na produção do seu primeiro disco, sucesso absoluto do ano de 1970 e marca definitiva da nossa geração.
Dente outras músicas imortalizadas no vozeirão típico do cantor estão Azul da cor do mar, Coroné Antônio Bento, Primavera (Vai chuva), Padre Cícero, Cristina, interpretações qualificadas pela musicalidade, ícones de beleza e sentimento.
Ele, Sebastião Rodrigues Maia, nascera no Rio de Janeiro em 28 de setembro de 1942. Iniciou caminhada artística na mesma fase de Jorge Ben e Roberto Carlos. Em 1959, viajaria aos Estados, onde aprimorou seu talento e cruzou difícil período de vida face envolvimento com drogas, motivo de prisão na justiça americana.
Ao regressar, Tim Maia conduziu carreira promissora, alçando altos voos na fama a ponto ser considerado entre os maiores intérpretes da MPB de todos os tempos.
Uma personalidade contraditória, hoje figura em livro (Vale tudo – O som e a fúria de Tim Maia, de Nélson Motta) que conta os detalhes de seus passos, inclusive através da religião ao conhecer a Cultura Racional. Enfrentaria problemas amorosos em diversos relacionamentos, dotado de gênio difícil, brigão e temperamental, deixando rastro de situações características de pessoa sensível e atormentada.
Dotado de saúde precária, atravessou complicações respiratórias, diabetes e a obesidade que lhe acompanharam de perto até 15 de março de 1998, instante de passar à Eternidade, às vésperas de inaugurar experiência política. Filiado ao PSB, preparava candidatura ao Senado, pelo Rio de Janeiro nas eleições de novembro daquele ano.
Graças a tecnologia da eletrônica, toda obra de Tim Maia e de tantos outros vence a mediocridade do ostracismo e chega inteira aos tempos atuais.
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