De acordo com dados fornecidos
pela Sociedade Brasileira de Otologia, de 30 a 35% das perdas auditivas humanas
ocorrem devido à exposição a sons intensos, e alerta: a intensidade máxima permitida pela resistência física é de 85 decibéis.
Caso ultrapassado este limite, existirão riscos sérios de perda auditiva,
conforme o tempo de exposição e a intensidade aplicada.
Isso faz reportar ao
ambiente constatado nas festas da ExpôCrato do corrente ano de 2012, acontecimento
que acolhe milhares de visitantes procedentes dos mais diversos rincões
nacionais, que chegam ao Cariri e aqui recebem as cargas excessivas de som
acima do permitido por lei, enquanto órgãos responsáveis em nada manifestam
eficácia para coibir e oferecer qualidades essenciais ao acolhimento desse povo
que chega na busca de lazer.
Sem questionar a pouca
musicalidade dos grupos oferecidos nos shows noturnos, diante dos péssimos padrões
estéticos ora dominantes na atualidade musical brasileira, equipamentos são
abertos para disparos sonoros agressivos contra o grande público, o que atinge indiscriminadamente
a saúde, números fora dos limites previstos nos códigos reguladores.
Em tempos de livre
iniciativa solta, depois que virou moda a ideologia do neoliberalismo inglês
espalhada no mundo inteiro, cidadão comum equivale ao repasto das máquinas registradoras,
quais patos de quermesse, alvo fácil e longe do controle dos mecanismos sociais
em suas ações retardadas. Ninguém que se preze contraria os desejos insaciáveis
de lucro, sanha desses geradores coletivos na bolsa do mercantilismo poderoso.
Pouco caso suscitam,
ou nem importam, os prejuízos à saúde individual acarretados pelos anseios das
visões alucinadas e sombrias. Todos consumidor agora só representa cifras em
potencial do processo avassalador. Dar crédito a notícias de que ruídos de som intenso
levariam a lesões permanentes e irreversíveis adianta quase nada e significa
espécie de preciosismo, no universo grosseiro dos ganhos selvagens dessa gente.
Bom, mas falar compete,
sim, aos ouvidos desacostumados nos hábitos da atual geração. Especialistas
afirmam que alturas imprudentes do uso de som levarão, em futuro pouco
distante, à destruição da capacidade auditiva, além de outros inúmeros prejuízos
orgânicos, o que compete às autoridades coibir, porquanto também isto representa
uma das suas inevitáveis atribuições.
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