domingo, 22 de julho de 2012

Ações pessoais


Nossa particular maneira de ver política nos leva a pensar no entusiasmo das gentes pelo direito do voto; e escolher os seus representantes. Nisto somos meio diferentes daqueles que trazem no bolso do colete a chapa pronta, de salvação, para aquecer qualquer âmbito onde se faça o merecimento sagrado de definir cabeças que pensarão/agirão pela coletividade, em determinados momentos.

Portanto, devemos respeitar todas as propostas, venham de quaisquer legendas. Cada tom compõe a paisagem harmônica e não nos deve custar ceder espaço, foro de prosseguimento ao que Deus criou sob o nome de Liberdade; assim como aguardamos desarmados o mesmo direito de poder possuir nossas próprias teses.

É dentro dessa ótica que chegamos para dizer, falar e querer fazer, na ordem universal dos destinos. Políticos corriqueiros e solertes não irão deixar de existir só para nos agradar. A própria demagogia faz parte crônica de suas naturezas; seria até um tipo de irresponsabilidade não admitir isto. Valores negativos também fazem parte desse todo, nos altos e baixos das circunstâncias. Porém cabe-nos lutar pela transformação de nós mesmos, para depois oferecer modelos de transformação. Como falar em Revolução, expandir revoluções, sem possuir os nossos estoques adequados de exemplo? Como demonstrar, pois?

Você, nesta hora aqui em frente a observar o que dizemos, talvez ainda não tenha pensado que seu voto pode construir o Mundo. Não diria apenas seu voto; seu  passo, sua palavra, seu pensamento, seu aperto de mão, sua batalha individual, sua história anônima, seu olhar (sim, seu olhar).

Todos estamos na mesma nave planetária; destino das partes que tem compromisso fundamental com tudo. A janela de fugir há tempos se fechou. Municípios são as células-mães da Nação.

Disto resulta que a falta de saída da crise é a própria saída, uma vez nos fazer compreender que cada dia (cada hora) traz seu feto em gestação, para nascer a seguir de nossas carnes vivas, gotejantes de esperança.

Jesus Cristo reclamou atitudes em prol dos que carecem, sobretudo daqueles mais necessitados, que são muitos. Chegou a dizer que estariam atentos às suas palavras os que viessem a favorecê-los, fossem nos hospitais, nas penitenciárias, nos abrigos, prostíbulos, manicômios, periferias, praças e ruas. Algo se deve fazer, com urgência, providenciando até mesmo aquilo que se nos apresenta como obrigação dos governos.
Conta-nos célebre apólogo indiano que uma andorinha, ao perceber que a floresta ardia em chamas, rápido cuidou de extinguir o incêndio usando ensopar penas nas águas de lagoa próxima. Depois de insistentes e aflitivas viagens, encontrou-se com um elefante, que, curioso, quis saber o motivo de tanta agitação. Obsequiosa nos seus esclarecimentos e meio desestimulada quanto ao êxito da missão, acrescentou:

- Estou fazendo minha parte. O senhor faça a sua!

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