Nossa particular
maneira de ver política nos leva a pensar no entusiasmo das gentes pelo direito
do voto; e escolher os seus representantes. Nisto somos meio diferentes
daqueles que trazem no bolso do colete a chapa pronta, de salvação, para
aquecer qualquer âmbito onde se faça o merecimento sagrado de definir cabeças
que pensarão/agirão pela coletividade, em determinados momentos.
Portanto, devemos
respeitar todas as propostas, venham de quaisquer legendas. Cada tom compõe a
paisagem harmônica e não nos deve custar ceder espaço, foro de prosseguimento
ao que Deus criou sob o nome de Liberdade; assim como aguardamos desarmados o
mesmo direito de poder possuir nossas próprias teses.
É dentro dessa
ótica que chegamos para dizer, falar e querer fazer, na ordem universal dos
destinos. Políticos corriqueiros e solertes não irão deixar de existir só para
nos agradar. A própria demagogia faz parte crônica de suas naturezas; seria até
um tipo de irresponsabilidade não admitir isto. Valores negativos também fazem
parte desse todo, nos altos e baixos das circunstâncias. Porém cabe-nos lutar
pela transformação de nós mesmos, para depois oferecer modelos de
transformação. Como falar em Revolução, expandir revoluções, sem possuir os
nossos estoques adequados de exemplo? Como demonstrar, pois?
Você, nesta hora
aqui em frente a observar o que dizemos, talvez ainda não tenha pensado que seu
voto pode construir o Mundo. Não diria apenas seu voto; seu passo, sua palavra, seu pensamento, seu
aperto de mão, sua batalha individual, sua história anônima, seu olhar (sim,
seu olhar).
Todos estamos na
mesma nave planetária; destino das partes que tem compromisso fundamental com
tudo. A janela de fugir há tempos se fechou. Municípios são as células-mães da
Nação.
Disto resulta que a
falta de saída da crise é a própria saída, uma vez nos fazer compreender que
cada dia (cada hora) traz seu feto em gestação, para nascer a seguir de nossas
carnes vivas, gotejantes de esperança.
Jesus Cristo
reclamou atitudes em prol dos que carecem, sobretudo daqueles mais
necessitados, que são muitos. Chegou a dizer que estariam atentos às suas
palavras os que viessem a favorecê-los, fossem nos hospitais, nas
penitenciárias, nos abrigos, prostíbulos, manicômios, periferias, praças e
ruas. Algo se deve fazer, com urgência, providenciando até mesmo aquilo que se
nos apresenta como obrigação dos governos.
Conta-nos célebre
apólogo indiano que uma andorinha, ao perceber que a floresta ardia em chamas,
rápido cuidou de extinguir o incêndio usando ensopar penas nas águas de lagoa
próxima. Depois de insistentes e aflitivas viagens, encontrou-se com um
elefante, que, curioso, quis saber o motivo de tanta agitação. Obsequiosa nos
seus esclarecimentos e meio desestimulada quanto ao êxito da missão, acrescentou:
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