As produções de
cultura através dos meios de comunicação de massa revelam o quanto as máquinas
dominaram os seres humanos, ofertando enlatados aos turbilhões, invés de bens
de consciência. Prova disso, as tevês por assinatura e seus pacotes
indiscriminados. Os livros iguais, nas bancas e livrarias. As mesmas revistas
velhas, enfileiradas nos mercantis. Telespectador virou peça de reposição do
sistema, triturador de lixo industrial e engolidor de sucata.
Correr, correr
apressado até chegar para receber a tal dose módica do que enfiam de buraco adentro,
custo dos ganhos lutados dessa gente, isso pede estudos acadêmicos e
reavaliação de onde chegou o trem da história intelectual da civilização
empacotada.
Antes havia
sedimentação das tradições da arte, do pensamento, no decorrer dos séculos
eternos. Povos guardavam frutos decantados milênios a fio em forma de
linguagem, filosofia, pintura, escultura, teatro, dança, literatura. A
oralidade mesma preservou quase tudo que hoje existe de conteúdo na vida
cultural dos lugares e museus.
Depois, o mercantilismo
avançou mundo afora, primeiro em navios a vela, secundados pelos submarinos
atômicos. Veio a Revolução Industrial. Os imperialismos inglês, francês,
holandês, alemão, russo, americano. As Grandes Guerras. Essa fome de mercados
transformou a face do mundo e a cabeça das pessoas nos estádios. A Era do
Consumo expandiu força no trilho dos costumes e as linhas de produção das
fábricas não esfriaram mais. Ganhar para viver; viver para consumir; consumir
para permanecer igual. Quando alguém vê
diferente dos outros, fica logo de fora dos códigos e some alienado goela
abaixo pelas entranhas da Besta.
Eterno drama abrir as cortinas
dos palcos a qualquer um desses atores. Que dose diária de embriaguez solicitar
nos balcões dos bares antes de dormir a solidão estropiada? A massa de restos das
mesas dos estrangeiros, sem qualidade ou sentido, abobalha as juventudes, nos
países dos outros mundos distantes, sem chance de vencer a corrida do ouro.
Dizem que sempre aconteceu
assim, feras famintas e busca de alimento, nas selvas sombrias deste chão. No
entanto sonhar exige imaginação, liberdade e vontade, à cata dos segredos das
possibilidades; olhar lá longe e trabalhar alternativas aos novos passos,
enquanto vida viver, ensinam os credos da consciência, nas artes verdadeiras.
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