Enquanto aqui escrevo,
quantas máquinas agitarão as esculturas humanas que movem este mundo, ampliando
possibilidades e abrindo espaços na doce pele das palavras... Sob a batuta
tecnológica dos canteiros, revolvem qualquer notícia das experiências que
guardam os corações.
Durante verdes sóis da
primavera, somara pontos positivos, contudo fora maior o escore de equívocos,
reunindo em volta do pescoço manchas enorme de vaidades e bobeiras, além de quebradas
de cara tão contundentes quais dentes afiados que agora me repastam à sombra das
árvores do infinito, calado, conformado e só, a reviver cacos soltos dos tempos
antigos.
Pedaços de filmes
esmaecidos deslizam, pois, entre dedos magros, indagando por que esquecera quantas
vezes o amor merece respeito, para ferir e destruir esperanças que fugiam feridas
na ingratidão.
Começasse outra chance,
oportunidade refaria aos milhares no trilho bom em favor de pensar, com
carinho, lábios calados e cautelosos, mãos atadas no trato feliz das criaturas.
Sorriria em manhãs iluminadas, de jeito quieto, calmo. Equívocos que hoje doem de
marcas profundas calcularia nas matemáticas do perfeito, porquanto fixadas nas
galerias da súplica do bem.
Esses arrependimentos
forçam a barriga da história pessoal numa cólica maluca, ocasiões menos
convenientes por causa das agonias alimentadas, invasoras. Tudo, no entanto,
digno, aquarelas filosóficas de noites insones, notas rasgadas nas entranhas, ânsias
das outras autorizações que merecessem corredores ignorados, porém.
Ainda ciente de pagar
créditos perdidos desse banco das almas, mais cedo, menos tarde, ergo aos céus
da paisagem o véu de pedir misericórdia aos atores desmoronados, querendo
corrigir as peças quando fecharam a luz da ribalta e sumiram na revoada dos
séculos.
Sei, sim, amigo meu,
do poder da criação, virtude permanente da mãe Natureza. Aceito o princípio
renovador das águas, e que nada resta condenado perante os eternos tribunais.
Há justiça exata nos elementos, disto descubro a certeza. Alegro-me lá em torno
do sentimento da felicidade esquecida, porquanto aprendi lições nas costas dos
adeuses que imensos. Até fixar equilíbrio nessas ondas que vão e vêm de mim extasiado,
desejei morrer e renasci, destruí para reconstruir as cordilheiras dos melhores
sonhos, palmilhei desertos, afoguei mares, espezinhei o pino de horas mortas, e
revivo nos segmentos a fortaleza dos amores, anãos e gigantes, quimeras e convicção,
náufrago de sobreviventes presos nas ilhas da Eternidade. Saúde e paz.
Deste seu irmão
Muito profundo, hora vejo memória de tempos presentes, hora vejo memórias em sinestesia de tempos menos presentes, escreve a um amigo que está em algum lugar enquanto o escritor está viajando.Que bom ler essas coisas.São os pequenos milagres do dia.
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