quarta-feira, 6 de junho de 2012
Geração que só se avista bem depois
Dias que lembram os
que tombaram heróicos nas estradas e viraram meras cruzes de fumaça e vapor
barato, a refazer de saudades um passado que nem existiu de forma total. Andou
nas trilhas dos dissabores, festivais, ou das matas escondidas em noites
abandonadas ao furor do destino. Vêm os nomes dos autores disso, desse quase
nada, dessa ambulância gritando palavrões nos becos abandonados... Dores reais em
forma de canções, violões salpicando ausências e amores, calabouços e aplausos,
anonimato de bêbados, drogados nos isolamentos. Um quê de saudade invadiria o
panorama, quando hoje morreu também Nélson Jacobina. Lá, outros muitos, os que
não resistiram às doses duplas das escandinávias solidões da imensidade,
imensuráveis, toscas e pós. Às luzes das ribaltas angustiadas na ressaca dos
lenços acenados às pressas dos vagões de carga estremecidos e metálicos. As
pontes explodidas e os guetos escuros das trombetas de um só e mesmo apocalipse
de amarguras mórbidas, indivíduos e saudades ululantes dos nossos compositores
geniais e seus palcos em festa, sempre e sempre, ainda que por dentro corações
esfacelados, turmas unidas para não sangrar ainda mais, quais porcos espinhos
reunidos em volta das fogueiras de bares madrugadeiros. Essa tonta geração de
dormir nas praias afastadas, a fim de não destoar o coro dos contentes.
Movimento de barcos à deriva, tambores de tribos exterminadas em blocos de
concreto de réquiens alegres. Assim, falar desses marinheiros mareados, trombos
nas veias dos sistemas oficiais, saltimbancos e andarilhos das estrelas, que
marcaram seu tempo nosso tempo, viajantes da imaginação pura, naqueles turnos
melancólicos de transformação duvidosa, no futuro próximo dagora. Horas de luta
e abandono, motores da esperança do que mudaria com reservas e deixaria um
travo de inautenticidade no céu das bocas de quem viveria o êxodo de fases
nucleares e zumbidos de naves cruzando ares das doces felicidades senhoras das
bestas, preço por demais exorbitante em homens e armas, sonhos e mistérios. Só
bem depois, agora, portanto, mergulhariam nas vagas dos caracóis dos cabelos e das
irreverências praticadas consigo no passado das notas tristes e muralhas
intransponíveis. Haverá, por isso, e doravante,
uma história disposta a quem quiser contar e ouvir, sorrir e falar das boas
construções dos mágicos azuis da persistência no Tudo disfarçados, em tributo a esses guerreiros, por isso e muitos mais.
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