Tempos de
vulgarização, violência, indiferença moral, dos que querem ganhar fácil usando
a inconsciência do povo em favor pessoal, da moral em baixa e aceleração dos
vícios. Tempos assim de injúria, velocidade mecânica e trânsitos caóticos,
lentos, ruas esburacadas, estradas perdidas, famílias desengonçadas, farras estridantes
e músicas de segunda; de notícias contraditórias e crimes sem punição, na casa
de homens mornos e mulheres lindas.
Houve, sim,
impérios que cresceram, conquistaram países, viveram do fausto e desapareceram
qual num passe de mágica. Comandantes de exércitos que invadiram continentes,
destruiram tradições, culturas, esperanças, e sumiram pelos grotões da história
sem qualquer apelação, vítimas atrasadas das próprias conquistas guerreiras.
Épocas,
pois, assim de excessos e riquezas, que demonstraram o poder do engenho humano,
porém restritas a períodos de poucas gerações, desmontados ao sabor da
ingenuidade da carne. E, na tábua das vidas, a servir de lições, avisos
constantes aos incautos, preparações por conta do inevitável final.
Aqui
estando a tocar de frente ainda resta longa a jornada para descobrir a que
viemos laborar os termos da Eternidade. Encontrar respostas verdadeiras ao
sentido das existências, as quais, de certeza, não só se dão às vaidades e a
morte, muito pouco, quase nada, diante das tantas maravilhas do Universo. Analisar com gosto a sabedoria da
Natureza e permanecer apenas ignorantes definiria a contradição do drama da
Humanidade até hoje.
Os sintomas
da incoerência reinante, nesses dias, falam claro do conhecimento insuficiente
das pessoas face às oportunidades, sem, no entanto, o devido aproveitamento e
melhores frutos. Pouco caso adotamos da utilidade das leis das possibilidades perdidas.
A espécie dominante entraria em desespero fosse apenas isso o que parece reverter
os sonhos de sucesso. Comédia de erros em profusão varia solta pelo mundo todo.
A sensatez perdeu valor na vivência de muitos, isto em termos de uma alimentação
coerente, educação eficaz e hábitos salutares. A santa religiosidade, que nutre
fases críticas e supera obstáculos existenciais nos indivíduos, quer virar fanatismo
e crendice, impedindo a organização justa das consciências. O nível dessas
respostas, contudo, refletirá, cada
momento, o ponto exato a chegaremos para responder os segredos que moram no
movimento das eras infinitas.
Adorei. Senti tb um misto de tristeza com a mais pura realidade ou ao contrário...a realidade do texto me deixou triste
ResponderExcluirGlória,
ResponderExcluirA certeza de estarmos só improvisando o momento atual é que alimenta o tempo de sermos em definitivo. A lonjura disso, no entanto, deixa, sim, esse ranço de melancolia que dói nalgumas horas, e noutras alimenta forte o sonho nos dias melhores que já vêm.
Abraço de Paz.