Antes apenas um problema
de saúde pública, no presente, uma dolorosa calamidade internacional, quando o
crack domina as páginas policiais qual fator de metade dos homicídios ora
praticados no País, instrumento nefasto da destruição dos nossos jovens. É ele
subproduto da cocaína que transporta efeito cinco vezes mais intenso. Chega ao
sistema nervoso central em menos de dez segundos, devido à absorção pulmonar.
Os usuários viram dependentes logo nas primeiras experiências, sujeitando-se a
graves crises de abstinências, justificativa dos desmandos criminais
ocasionados. Devido a elevadas temperaturas que provoca no organismo, permite
com facilidade acidentes vasculares cerebrais, intensifica a destruição dos
neurônios e degenera a musculatura, forçando o envelhecimento precoce. Raros
dependentes conseguem vencer a terrível substância química. Depois do uso, o
dependente manifesta quadro de agressividade, primeiro, contra os familiares;
em seguida, contra a sociedade.
Eis o preço do prazer
que aflige os que utilizam essa droga modificada, ameaça e destruição,
sobretudo de pessoas na flor da idade, na faixa de reposição da força de
trabalho da grande sociedade.
Gritos de alerta
explodem de todo lado face à perda no domínio das criaturas, as quais,
inadvertidamente, entregaram suas preciosas vidas aos riscos de tal escravidão
moderna. Acossados pela dependência cruel, padecem os resultados psíquicos do
vício e destroem a juventude, numa aventura das piores que pudessem defrontar.
Raros, raríssimos, ainda vislumbrarão a possibilidade de cura, no sonho
libertador.
Diante disso, a
impertinência do prazer a qualquer preço indica o retrato da ingenuidade
perdida naquilo de princípio admitido por caminho de procura da felicidade
artificial. E a fera devoradora só constrange as classes sociais com drama
avassalador, enquanto claudica a família, célula mãe. O Estado, ao seu modo,
elabora leis punitivas, porém insuficientes a curar tamanha e galopante ferida.
Este desafio pertence,
pois, a todos nós, sem exceção, contudo os meios existentes parecem inúteis a
reverter o quadro dantesco. Após caírem no cipoal da dependência, usuários
viram peso morto e vagam nas ruas feitos zumbis, fantasmas de uma sociedade doente.
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