domingo, 3 de setembro de 2023

As cidades

                            

De tudo um pouco. São as ruas, praças, casas... Um rio de vidas reunidas em lugares cheios do que necessários sejam outros que se formaram nas malhas do tempo às nossas mãos. Estradas a elas convergem. Avançam a passos largos na direção de continuar dalgum modo diante das luas que circulam pelo céu. As pessoas, seus habitantes, autores das novas lendas que esvaem pouco a pouco através das lembranças do que ainda permanece. Cores, muralhas, ruínas, guetos abandonados. Muitas vezes só em passar nos recantos faz com que revivam as mesmas cenas de antes. Um museu a céu aberto, e as cidades.

Enquanto que, dentro da gente, outras cidades se formam todo momento. São restos de tempo guardados no útero das existências, criaturas vivas que desgrudaram da sorte; que, à medida do querer, jogam no íntimo os detritos das horas. Sentimentos. Pensamentos. Sonhos. Imagens de situações. Chamas que seguem a triturar o passado em forma de leis intransponíveis.

Daí existirem tantos em movimento neste solo do Infinito que aqui somos. As histórias é o que nos contam. Descrevem um mar das recordações do que vivemos, do que saboreamos pelas florestas escuras das pessoas. Mundos acesos lá dentro de todos, às vezes o silêncio das eternidades, em forma de individualidades deixadas quietas ao próprio silêncio. Ondas de mares invisíveis aos outros, padecem os instantes e fixam as horas, constroem seus palacetes na antiguidade da alma dos seres vivos que ora somos.

Nisto, as cidades fervilham o Cosmos e imperam nas consciências a descrever a que vieram. Elaboram esse calendário eterno e segue seus dias vidas afora. Nuvens que deslizam no céu imenso de todos, neste azul monumental de quantas e quantas aventuras que fizemos persistir através do Ser magnânimo de que compomos a essência. 

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