quinta-feira, 6 de julho de 2023

O que restará depois de tudo


A aceleração das máquinas aos poucos domina o silêncio. Houvesse um limite e seríamos surpreendidos logo após tantas lembranças ingratas que custeiam o quadro das muitas histórias. Existe quadro imprevisível que impõe o andamento dos acontecimentos. Nem os videntes mais entontecidos imaginaram tamanhas alterações dos planos originais.

Isto no que tange o universo geral das produções, desde filmes, livros, considerações outras da espécie humana desta hora. E saber que somos um só face ao panorama. Quais devessem destoar o coro dos contentes, enxovalham e pecaminam o quanto de expectativas girou o mundo até então. Mesmo, entretanto, houve de ser assim. Correram séculos e milênios, e debuxaram o espaço por meio das correntes dogmáticas que engessaram a fria política dos homens.  

Quer-se correr sem ter aonde ir. Baixar a cabeça aos espasmos e só. Ainda que o otimismo seja a lei do Infinito, somos tais e quais os mesmos de todo tempo. Restos das alimárias do destino. Contrições e sórdidos filamentos dos traços grosseiros das experiências humanas. Uns, os poderosos. Outros, meros joguetes do tabuleiro desse jogo insano das horas dentro das cápsulas em queda livre.

Parar um pouco e enxergar, no entanto, as forças vivas nas gerações inextinguíveis que refazem os planos e constroem novos barcos a preencherem o pomo das ilusões. Querer considerar o que disse até aqui e ter-se-ia espécie de circunstâncias instransponíveis à matéria que chegasse a uma transcendência espiritual. Eis, destarte, o que impera aos olhos abertos dos dados eternos ora em nossas mãos.

Portanto, de que adiantaria fingir que estivéssemos a caminho da Luz, visto sermos esses entes perplexos no espelho das nuvens que passam. Carecemos, isto sim, de novos padrões de infinitude e revelações em andamento. De que construir novas arcas se dormimos sob o louro de todas essas atitudes pouco imaginadas antes...

(Ilustração: Reprodução).

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