segunda-feira, 6 de março de 2023

Limites humanos


Tudo se deu assim, primeiro, o desejo; depois, os extremos da necessidade a qualquer custo. Quisessem viver apenas pela vaidade, tornar-se-ia fator de inércia, e quantos permaneceriam à guisa da reverência, pela beleza, riqueza, inteligência, etc. Contudo, bem diferente houve de ser. Nos mosteiros zen, por exemplo, come quem trabalhar. É deles mesmos, dos monges, que sejam que tal., e por causa disso, nem há limite de idade ao trabalho. Somos, portanto, movidos pela urgência da necessidade humana. Os planos da raça seriam desenvolver o todo e, em seguida, permitir que todos desfrutassem do ócio coletivo, qual denominaram. Porém, diante dos excessos e programações dos povos, longe ficou que os bens da natureza cheguem a todos, por pertencer a poderosos. Viram primeiro e cercam. Daí, no entanto, resta a força da sobrevivência, do instinto de preservação, voz geral aonde queiram ir e encontrar.

A coerência dessa prática bem poderia marcar outros caminhos, refletir novas oportunidades, visto o progresso da ciência e os avanços da técnica e dos equipamentos. Nesse crescendo de argumentos, choque entre poderosos e serviçais, avançam os vazios imensos de participação nos tais avanços. Resultado, a peleja de existir segrega multidões aos guetos da fome e da miséria espalhados sobremodo nos países pobres.

Invés de uma coesão dos grupos sociais em torno da justiça, aumentam as desigualdades e o sofrimento, ocasionando injustiça lamentável, grosseira. Quer-se não fosse o que resta ver. Líderes, populações, instituições que arrastam a mínima urgência de transformação dessa geopolítica. Conquanto pudessem reverter esse apetite nefasto, insistem continuar, a troco de conflitos e agressões múltiplas.

No princípio disso tudo, talvez imaginassem frutos sadios de uma aventura menos desastrada. Vieram pensadores de boa vontade, esforços de harmonia e participação; outrossim, o egoísmo mostrou suas garras afiadas, a título de conquistas pessoais e de facções. O que, agora, determina o andamento das lides parece ganhar motivo nessa potencialidade original de existir por força da necessidade individual, quase que em face só disso. Viver por viver, então.  

(Ilustração: https://observatorio3setor.org.br/noticias/1-em-cada-2-criancas-menores-de-5-anos-sofre-de-fome-oculta-no-mundo/).

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