quinta-feira, 12 de setembro de 2013

Nas areias da Eternidade

Às portas do Infinito onde viaja nossa humanidade, entre o mar espiritual e a praia que pisamos às vezes de pés molhados, de um lado, a terra quente logo ali; do outro, de olhos fitos no horizonte das águas, ou apreensivos, buscaremos as árvores do Sertão, na intenção de mergulhar o interior do conhecido, ou afogar a solidão da alma nas profundezas do oceano impossível.

Assim, nas avaliações filosóficas, cogitações das possibilidades do pensamento e sentimento que somos, todos querem a custo desvendar o mistério do aqui e do agora.

Ainda que disséssemos conhecer os caminhos do Desconhecido, algo restaria inatingível aos instrumentos da ciência material na busca de solucionar e comprovar os enigmas da existência. Na fronteira da mente com a imaginação transitam esses viajantes das estrelas. Nalgumas horas, tocam os dedos nas muralhas da Matéria; noutras, em novas situações, respiram o ar fervoroso das chamas, na Fé, e tocam as portas das igrejas.

Contam as vozes das civilizações, desde remotas eras, os sinais que sábios desvendaram no íntimo da condição de seres viventes na carne. Descrevem também detalhes mínimos da Vida em planos além da carne, nas aventuras transcendentais. Noticiam sabores dos páramos eternos quais andarilhos a convidar transformações de comportamento dos que aqui permanecem presos ao chão.

Tudo isso elementos de percepção, o que impossível será obrigar aceitação dos demais só do querer de uns. O próprio método científico exige prova, nas conclusões definitivas das afirmações.
Do mesmo jeito que o espiritualista oferece os meios da aceitação da verdade infinita dos imortais, o materialista cogita de retornar às matas do interior mais pesado que o ar, nas visões de praia desse encontro das duas realidades, sem, contudo, poder impor resultados exclusivos, porquanto na consciência pessoal impera o crivo da visão do Eterno em doses menores dos tempos atuais.

Diante, pois, dos limites da nossa percepção caberá erguer toda força da humana compreensão e exercitar a inteligência de quem herdou pequenos grãos de pérolas, oferecendo meios à Luz da certeza da Perfeição Superior que tudo rege e governa.   

(Foto: Jackson Bantim).

Nenhum comentário:

Postar um comentário