domingo, 29 de setembro de 2013

Dulcéria e Fideralina

Aos interessados na história do feudalismo nordestino é fato consumado o mandonismo de Fideralina Augusto Lima, no correr das léguas em volta de Lavras da Mangabeira, no Ceará. Entretanto a matriarca topou com adversidades no império, dentre as quais de pessoas da própria família. Nas suas irmãs mesmas, Dulcéria Augusto de Oliveira, de alcunha familiar Pombinha, esposa do autorense Simplício Carneiro de Oliveira, e seus filhos, lhe confrontariam a autoridade dentro do clã dos Augustos.

Segundo o escritor Dimas Macedo... Conduta oposicionista (essa) que a velha Pombinha soube muito bem transmitir aos seus descendentes, especialmente aos coronéis José Augusto de Oliveira e Antônio Augusto de Oliveira, o primeiro dos quais, em Lavras, por dilatados anos, liderou a militância oposicionista ali desencadeada contra o Coronel Gustavo Augusto e seus comandados.

Ferrenha antagonista da irmã mais velha, Dulcéria sustentaria distância entre si sobretudo depois das ocorrências trágicas de 09 de janeiro de 1922, quando, nas ruas de Lavras, numa pugna aberta, pereceram o major Eusébio Tomás de Aquino e dois netos de Dona Pombinha, os irmãos Simplício Augusto Leite e José Leite Filho, Zezinho, sendo este também genro de Fideralina, cuja facção pagaria o preço elevado, um ano depois, da perda do Coronel Gustavo Augusto, em Fortaleza, vítima de atentado perpetrado por filho do Major Eusébio. O custo dessas vidas causaria, pelo resto da existência, afundamento intransponível do fosso existente no seio das famílias envolvidas.

Seus inimigos políticos mais notáveis foram os filhos de Dulcéria Augusto de Oliveira, “a velha Pombinha”, irmã de Fideralina: os coronéis José Augusto de Oliveira e Antonio Augusto de Oliveira, o primeiro dos quais liderou, em Lavras, a militância oposicionista contra o coronel Raimundo Augusto Lima. Maria Gláudia Férrer Mamede

Já na idade provecta, Dindinha, sentindo o peso da idade, enviaria emissário até Pombinha, na intenção de merecer o perdão na forma uma visita de cortesia ao Tatu, onde vivia, e assim regressarem as boas relações.

Dulcéria, no entanto, apenas responderia que nada mais tinha contra a outra, porém que ambas permanecessem cada qual no seu lugar. E só. 

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