quarta-feira, 1 de agosto de 2012

Mês dos pais


Conceituam-se as coisas para atender necessidades, sejam de mercado, sejam de conveniência, mas conceituar transforma o simples no complexo e o certo no duvidoso, ou no sentido inverso, conquanto sirva de base ao andamento dos barcos de sal, neste mundo de balcões e portos em que a vida humana reverteu-se, num tempo de muita galinha e pouco ovo.

Maio foi eleito o mês das mães, desde as noivas, futuras mamães, a Maria, mãe de Jesus. Isso enquanto as flores perfumam os jardins e tudo parece corresponder em termos de felicidade e harmonia.

Já o mês de agosto agora se tornou o mês dos pais, nos turnos de comércio. Tempo de presentes a quem paga os presentes do ano todo.

Fase boa de fazer largas reflexões do que sejam os pais dessa era de tanta mudança em tudo, quando criar filhos virou ginástica imprevisível de muitas posições, ao perguntar quais caminhos trilhar no futuro da família, fustigada dos maiores desafios de sobrevivência moral.

Outros momentos prometiam melhores esperanças do que hoje, sem querer lançar mais lenha na fogueira das vaidades humanas. Ser pai envolve compromisso de mostrar resultados em forma de sucesso profissional e geração de emprego e renda, salvadas aparências e destinos.

Nunca tantos moraram na face da Terra, planeta enfumaçado e neutro aos valores mutáveis estabelecidos a fim de cumprir compromissos. E os pais saem calados em busca do pão de cada dia, nos formatos dos tempos modernos, comerciais, automáticos, industriais, digitais.

Aos homens que têm o mérito de cumprir tal missão de criar e manter os filhos e indicar as alternativas do futuro, nos cabe olhar com bons olhos e vê-los quais cidadãos comuns, porém cobertos de cinzas de incerteza, nos vagões de segunda, dados fatores que lhes restringem os passos, fardos familiares de outras exigências.

Na roda viva desses meios dagora, as correias dentadas do coração reclamam contrato, sejam no peito de pai, ou de mãe, ou de filho. A humana sociedade pouco corresponde àquilo prometido nos manuais. Iniciativas pedem coragem e criatividade, sem permitir falhas por conta do que virá depois, nas folhas de pagamento e prontuários oficiais.

Querer o bem dos pais, venha de onde vier, dos comerciantes ou dos pirralhos, significa respeito a entes valiosos na condução de trilhos enferrujados nas malhas do sem-fim.

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