terça-feira, 14 de agosto de 2012

Humildade da crença

À medida que o fiel abrirá mão dos aparato da racionalidade humana, só então estabelecerá contato possível junto ao Eterno. No apego à antiga razão, por isso reside na distância de abrir seu coração e desvendar os mistérios essenciais da Fé, o instrumento valioso das respostas de que precisa. Enquanto insistisse querer explicações racionais da espiritualidade, o homem, em sua condição limitada, jamais acharia a porta dessa imortalidade sonhada.

Daí a urgência mínima de humildade no sentido de encontrar a sublimidade do Ser, causa de Tudo. Eis a força que moverá até a fidelidade da eterna Graça eterna. Abrir mão dos valores da chamada Razão, eis, pois, o critério da transformação de virtudes em bênçãos. 

Quaisquer denominações evidenciam este passo definitivo, na caminhada dos peregrinos deste chão comum. 

Espécie de pacto às avessas, na busca de Deus existe esse desencontro consigo próprio, desespero do egoísmo, inutilidade da egossalvação revertida na concretização do Eu Maior. Nisso o inteiro abandono de si em Si. Já não sou eu quem vive, é Jesus que vive em mim, das palavras de Paulo de Tarso, no caminho de Damasco, do Novo Testamento bíblico. Eu e o Pai somos um Só, no dizer de Jesus. 

Ato contínuo do mergulho nesse absurdo às leis humanas, o Ser crescerá no seu mesmo desaparecimento. A semente morrerá para permitir nasceres árvores, alquimia fundamental da alma divina.
Em uma parábola oriental, quando ferido por seta envenenada, um guerreido vem trazido ao médico que iria lhe curar do sofrimento, e insiste evitar o tratamento se antes saber o autor do disparo que o vitimara:

- Ah, não! Ninguém irá mexer na seta até eu saber quem me feriu; se ele é da casta dos sacerdotes ou dos guerreiros; dos artesões ou dos servos; qual seu nome, sua linhagem; se alto, baixo ou pequeno...

Na hora solene, alguém a exigir explicações intermináveis para todas as perguntas, e de certeza aumentaria o risco do desespero e da dor.

Assim os que buscam a Verdade na essência de Tudo, enquanto avançam nas perguntas se sujeitam perder respostas vivas diante dos altares da Eternidade. Esqueceriam a presença constante da Luz aqui ao lado. Requentar as divagações do pensamento sob o pretexto de buscar revelações ilusórias lá longe do sentimento vivo do Amor. 

Nessa oportunidade, caberá o passo providencial da Consciência nas asas abertas do Destino promissor.

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