domingo, 3 de junho de 2012

Maconha e memória


Por incrível possa parecer, a ciência sabe pouco a respeito dos danos à saúde ocasionados pelas drogas modernas. Esse atraso ficaria por conta do desinteresse dos países ricos em abordar de frente o problema sem que se determine a quem responsabilizar o interessa na manutenção da ignorância sobre o assunto. De vez em quando, alguns cientistas apresentam resultados de pesquisas, os quais ficam restritos a grupos isolados, ou cruzadas de combate à disseminação dos vícios, tanto de cunho religioso, quanto ligados às políticas públicas de curta duração.

A realidade, porém, indica crescimentos dos índices de consumo dessas drogas, afetando a estabilidade social, minando o futuro das gerações e a integridade familiar. Quer-se perceber os riscos extremos de tudo isso nas análises dos números da violência que explodem na atualidade. 

Exceção honrosa, a BBC Brasil divulgou na Internet relatório de pesquisa publicada no Journal of Psychopharmacology, a definir que cientistas encontraram evidências de que tomar ecstasy ou fumar maconha pode levar a problemas de memória, conclusão que desmistifica conceitos de que a maconha seria inócua ao cérebro e validariam a sua descriminalização.

A pesquisa ouviu 763 usuários da rede internacional de computadores, para descobrir que os consumidores de ecstasy têm problemas para lembrar de fatos antigos, enquanto aqueles que fuma maconha enfrentam dificuldades para lembrar informações recentes. Os participantes foram submetidos a uma série de testes das memórias de curtos e longos prazos, cujos resultados passaram por análises na Grã-Bretanha. 

Daí, os cientistas concluíram que os usuários de ecstasy estariam 23% mais propensos a esquecer coisas do que os que nunca tomaram a droga, e que o aumento na tendência ao esquecimento dos que fumam maconha é de 20%.

Além dessas constatações, estudiosos identificaram que os citados consumidores participantes do universo pesquisado tinham tendência maior a cometer erros.Da matéria divulgada da BBC, consta que o Dr. Jacqui Rodgers, da Universidade de Newcastle, havia dito que a diferença, apesar de marginal, é significativa e preocupante. E que causa igual preocupação o fato de que não sabemos quais são os efeitos a longo prazo do ecstasy, acrescentou.

Espanta, pois, que a civilização detentora das maiores conquistas nos campos do conhecimento insista reclamar mais tempo para estabelecer a periculosidade de substâncias prejudiciais à biologia humana, enquanto persiste com gastos inestimáveis na busca das lonjuras infinitas da corrida aeroespacial.

2 comentários:

  1. Tanto o desinteresse em estudar os malefícios das drogas quanto as pesquisas aeroespaciais servem ao mesmo fim, fazer funcionar a máquina do capital.

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  2. Talyta,

    Assim correm os dias... Há sempre o que aprender e ensinar de tudo isto.

    Abraço de Paz.

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