Doutras vezes por certo pensaria doutra maneira, no entanto
as circunstâncias pouco permitiram que assim acontecesse. Contudo há que se
seguir adiante nas forjas do espaço aqui em volta, face a face com os desafios
e isto determina a sequência natural do quanto o tempo e as formas impõem.
Quero, isto sim, jamais deixar que as dores sejam maior que as curas, que a
escuridão importe o quer que seja além da força de continuar. Nas tantas
horas, lembranças de filmes que vagam soltos na caixa da memória, vemo-nos
perante aparentes barreiras intransponíveis, às quais o jogo do Destino pratica
golpes de consistências a bem dizer absolutas, cabendo agora outros no entanto,
visto que andamos soltos nas parábolas do Infinito. São as cores que
influenciam o correr do dia. Nalguns instantes, de brilho intenso por demais;
noutras de um pálido contagiante a sucumbir nas hostes indeléveis da escuridão
da noite que aproxima suas garras pontiagudas e define a trilha das espécies.
Contanto sejam vultos desafiantes, a energia de viver pede atenção e auxilia
nos mergulhos aos mares desses abismos, deixando marcas profundas na alma da
gente.
Nem de longe me veio a vontade do desespero, o gosto amargo
da escuridão daqueles outros céus envoltos na penugem de chuvas intensas e
poucas estrelas no deserto dessas horas infindáveis, que foram e sumiram. Dia
após outro, os velhos heróis deitam abandonados os trajes do passado.
Esqueceram o valor das batalhas vencidas no fragor das películas largadas fora à
beira daqueles mares adormecidos. Ondas de clamor sacudiram, por isso, a visão
e indicaram o quanto de injustiça ainda prevalece naqueles desvãos de uma
sociedade esdrúxula, só parcial, vertente de deuses injuriados. Porém o Destino
impõe as devidas condições de uma justiça soberana, a alguns apenas de ficção,
outrossim verdade e perene, pronta a tomar de alvoroço as normas do mistério e
quedar harmoniosa aos olhos das manhãs ensolaradas.
Nenhum comentário:
Postar um comentário