Vem desde o princípio da conformação isso de se render ao absoluto de tudo (Não recalcitreis contra o aguilhão, bíblico). Obediência incondicional ao gestor dos acontecimentos. Aceitação plena em caráter de entrega. Bem nessa hora de evitar maiores dores depois de fazer o necessário. Saber, por demais, o tanto de encarar o princípio das horas, baixar a cabeça e rezar. Vem de bem distante essa vontade extrema de trabalhar o destino com as próprias mãos, no entanto. Forçar a barra do impossível e vencer, resultado que fosse de uma justiça maior sobre o mundo. Há quanto tempo vem sendo assim nem o próprio Tempo revelará.
As normas desse mister prevalecem, apesar dos ânimos
exaltados da inteligência humana. Todavia há de haver sentido nessa vontade
humana de revelar o invisível, desfazer o enigma e chegar no teto do Infinito.
Viver, só então, da própria consciência, matriz das ações e possibilidades. A busca
significa o pulsar das gerações. A insistência em continuar a tela do horizonte.
Viver, enfim. Sorrir, tocar em frente, acreditar nalguma razão superior de que
também somos peças.
As iniciativas individuais prosseguem, pois, de asas abertas
a todo momento. Rompem barreiras quase intransponíveis. Fazem guerras, destroem
países, alimentam animais desconhecidos nas cavernas das criaturas que invadem
a regularidade, no desejo ardente de vencer a pequenez dessa fase tão oscilante.
Ninguém para. Querem viver e construir os edifícios cinzentos da ilusão aonde
quer que avancem. Instrumentam o instinto de dominação a ferro e fogo. Humanos
até quem sabe quando...
Porém, a vasta cena desse drama das gerações nada além disto
representa senão a fome deslavada de encontrar a si mesmo pelas dobras da
Natureza a quem ver nas suas intenções e conquistas. Sementes à cata dos céus,
entes secretos da Luz, potenciais senhores da santa realização do Ser que lhes
conduz neste sonho de revelar a perfeição de que fazemos parte integrante,
definitiva.
(Ilustração: Polo cerâmico, Teresina PI).
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