E conversava com Gabriel, meu neto, quanto às vivências pelas quais até agora passei nesta vida e de que sou testemunha, pois venho da geração do pós-Segunda Grande Guerra. Meu pai fora reservista e por muito pouco não embarcou com destino aos campos da Itália. Nem enfriaram as armas e começava a Guerra da Coreia, que terminaria em 1953, com a derrota das tropas americanas, após largos e sangrentos combates. Década de 60 e já começava a Guerra do Vietnam, a terminar nos inícios dos anos 70, e a derrota dos ocidentais que haviam vencido a Segunda Guerra, esperança que fosse a derradeira e o homem criaria juízo. Isso entremeado com os movimentos bélicos da Rússia na Hungria e noutros país da Cortina de Ferro. O palco da Europa, a bem dizer, permanecia sob o signo da insegurança, ainda que em plena existência da Organização das Nações Unidas, a nortear as diplomacias e evitar outros conflitos. A década de 60 também correspondeu aos movimentos estudantis de Paris, de larga repercussão na juventude do mundo inteiro, época dos hippies, do rock, de paz e amor, à busca das alternativas diferentes de tudo o que existira até ali na sociedade humana. Porém seguir-se-ia avistando a Humanidade fabricar novas e poderosas armas, espalhadas pelo mundo, a gerar insistentes conflitos, sobretudo na disputa dos mercados e das jazidas minerais, retrato fiel do que hoje existe.
Essa ânsia pelo poder e o desenvolvimento da tecnologia, invés
de reverter a sanha da agressividade, aliada aos valores ideológicos, ocasionou
este momento atual na História.
Apesar de tantos ensinamentos de paz, o mesmo ser humano
incorre nos velhos costumes bárbaros da ganância pela ganância e do instinto bélico
em razão da pretensa felicidade material. São assim os colonizadores e
dominantes, que dizem desejar o bem-estar dos povos, mas à custa da destruição
dos menos favorecidos e não afeitos aos métodos guerreiros (Queres a Paz, prepara-te para a guerra).
E o que vemos qual ordem do dia, domínio da força bruta e espoliação
escravagista, em detrimento do tanto de progresso e conhecimento adquiridos. Há
que haver, no entanto, um motivo incansável que transcenda esses métodos e
cheguemos numa fase que supere as dores do doloroso parto e que construa nova
civilização tão sonhada desde sempre, e vivámos tempos de harmonia e justiça
aos moldes da evolução espiritual, com trabalho e disposição de todos.
Seria utopia desejarmos tempos de harmonia e justiça com trabalho e disposição de todos?? Está é minha grande dúvida....
ResponderExcluirO grau da Humanidade depende de nós. Disso vem a justiça do que merecemos. Desde que plantemos, iremos colher no tempo certo.
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