sexta-feira, 27 de janeiro de 2023

Poção mágica


Há que se admitir o forte desejo de perfeição que insiste tanger as almas humanas nesse caminho durante todo tempo. Num senso de posse que nem sempre corresponde ao mundo real, as pessoas vagam pelas eras feitas folhas secas no rio em movimento. Essa fome de dominar o impossível prevalece nos dias, tais sementes plantadas em solo seco à espera de revelações.

Numas vezes, até que obtêm sucesso parcial naquilo que alimentam, no entanto a se saber que lá na frente defrontarão com o vazio da matéria e sucumbirão às hostes do mistério, espécies de supostas aparências de si mesmas. Vem sendo assim milênios a fio, conquanto os livros santos  tratem dos vencedores nesse jogo de claro/escuro. Estes recentes dias da História falam bem disso, das situações que se repetem, porém cobertas de interrogações e profecias em transe. Meros expectadores do destino observam, pois, de olhos fechados os tentáculos do futuro a lhes constranger os ossos. De quase tudo se experimentou até então no transcorrer do tempo em termos de experiências sociais. Testaram melhores filosofias, a ponto de usar métodos os mais esquisitos e cruéis. Entretanto continuam em aberto as cartas da tal perfeição em termos coletivos. Uns chegam primeiro e fecham as portas aos que virão. Outros improvisam aparentes vitórias e aceitam as leis quais fantoches de pudores imaginários.

Face aos supostos êxitos, mergulham no marasmo do isolamento das classes emergentes e somem pelos orçamentos coletivos. Noutras palavras, foram tantas as aventuras errantes que estatísticas pouco ou nada merecem de crédito. Ainda que desse modo, os seres crescem, as luas surgem diferente a todo dia, os galos cantam notas de uma epifania que enche os templos, e rendemos graças à Inteligência Maior de Todas no exercício da sua exatidão que, decerto, apartará o joio e o trigo no porto do definitivo, independente das nossas opiniões ou apesar delas.

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