Nessa vontade que a gente alimenta de querer dominar o impossível, vez em quando resta suportar os rigores das limitações do pequeno e do grande que já o somos. Daí vem aquilo de a gente pensar que diz o que esteja dizendo e que o outro pensa ouvir o que esteja ouvindo, na distância quilométrica das duas paredes que se interpõem na comunicação dos seres humanos. Lao-Tsé afirma que o verdadeiro Tao é indizível. E que o que é dito não é o verdadeiro Tao (Tao, a razão e fonte encontrada em tudo o que tem existência no mundo. www.dicio.com.br).
Bem estas as circunstâncias do processo da Comunicação que nos
vemos a ele submetidos todo momento, inclusive, da gente com a gente mesma.
Quais dois eus, em constante busca de compreensão, sofrem-se nisto conflitos
monumentais. O resumo da história da raça vale tais confrontos de consequências
dolorosas tantas vezes. Causa principal dos resultados diários da existência,
esse improviso domina todas as instituições e ocasionam marasmos e pelejas. Quando,
no entanto, haverá outros resultados que mereçam frutos melhores eis o império
da razão.
Desde sempre vem sendo deste modo, tais pratos de uma balança
cósmica em constante oscilação, as teses filosóficas provam sobejamente o
conflito das gerações consigo próprias. Hegel traz a dialética de
Tese/Antítese, que geram a Síntese, uma nova tese, que enfrentará nova antítese,
de que sucederá nova síntese. O Mal e o Bem, das religiões maniqueístas. O
Inferno e o Céu, dos místicos. A Sombra e a Luz. A Lua e o Sol. O ego e o Eu
superior. Anticristo e Cristo.
Porém nisso habita a fonte do equilíbrio universal de que
somos fontes, instrumentos e coautores,
dentro da ciência da perfeição absoluta, tão logo identifiquemos o Eu verdadeiro,
o fiel desta balança fantástica, nossa origem definitiva. A isto nos vemos e porfiamos
à busca da harmonia dos contrários pelo sentimento puro e fiel do Amor, única fonte
do Silêncio e da Paz. Isso tudo no simples dizer...
(Ilustração: Um baobá de mil anos).
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