Uma réstia na vastidão dos infinitos; o transporte das individualidades que desmancham no firmamento das horas feito relâmpagos nas noites escuras da solidão. Pessoas, indivíduos, criaturas... Rastros de perfeição inimaginável, sequenciamos viver sob esse teto de pensamentos e sentimentos, ondas inteligentes formadas pelas praias do talvez.
Mergulhar esses nós que somos equivale existir dentro das
paredes em movimento onde habitamos, escafandros de matéria, quando ora administramos
conduzir a consciência em elaboração e classificar objetos e lugares, ideias e
pessoas, numa efusão aparente de liberdade, no entanto cercados de limites
invisíveis, inexpugnáveis. Quais autores de nós mesmos, apenas exercitamos a
ginástica das horas, mágicos na essência de que nem conhecemos a origem e os
motivos de estar neste chão.
Nisso, vem fome de conhecer que impera no desejo de eternizar
os momentos que nos fogem apressados no tempo, contudo meras alimárias de
rebanhos invisíveis, debaixo de leis que quase desconhecemos e, de modo
bárbaro, fazemos delas largos esforços de cumprir o leu da sorte, no roteiro
das ausências. Claudicamos assim submersos a normas que contrariamos, e temos
de responder nas vidas que se repetem, escravos e senhores desta humana condição.
...
Nessa vontade forte por demais de a tudo superar, chegam
ânsias de interpretar o destino abandonado em nossas próprias mãos de
aprendizes da felicidade, entretanto ainda só pacientes da dúvida. São muitos os
dias de expectativa que batem insistentes nas paredes foscas da gente, tateando
na escuridão dos mistérios e parceiras da loteria das ilusões; quase nunca
detentores de marcas inatingíveis, outrossim lutadores nos ringues de um prazer
insaciável da carne.
A pretensão, portanto, de lá certa vez desvendar de todo
esse enigma de que nascemos e junto de quem adormecemos e acordamos, vamos estudando
as lições, selecionando o clima das atitudes, porém já cientes de haver apenas
isso de persistir na busca do sentido absoluto da certeza que nos traz até aqui
e, pacientemente, espera que despertemos do sono cataléptico das almas aflitas,
e participemos dos frutos da vitória a mais esplendorosa.
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