No instinto de encontrar a paz na consciência, objetivo de tudo quanto há, eis que os nativos pelejam nos desertos da solidão, feitos feras que fogem de si pelas sombras de procuras desesperadas. Insistem na esperança de, lá um tempo, desvendar o mistério dessas andanças, e quando mesmo aguardam, nisso dão de cara com as visagens que sempre lhe perturbaram antes. Vasculham o lixo dos desassossegos e das ideias, e veem o tanto de perdição das horas equivocadas no pranto das vezes largadas ao vento quais inúteis paisagens fossem das noites insones.
Daí que vêm as palavras a trazer orações, confortos e litanias.
Gritam sons harmoniosos, entoando loas aos sentimentos, ferindo de dor as
fibras da emoção, paixões desenfreadas, ânsias e desejos que alimentaram essas
ocasiões escuras de saudades e prantos. Palavras cadenciadas à luz da verdade
escondida debaixo dos olhos da ausência de quem mais esperava os segredos desta
vida. Elas, as palavras, que consolam e alimentam. Revivem sonhos adormecidos
que persistem vivos na memória, certezas de melhores momentos de amor e carinho.
São inúmeras as oportunidades em que as falas dizem disso, desses
amores que vagam pelos dias, nas portas abertas dos instantes que se renovam
perante almas perdidas no lodaçal das amarguras. Trazem notícias de mundos
outros que ainda virão tão logo as mágoas sejam só fumaça no coração das
pessoas. Existem, pois, essas possibilidades vivas de recriação das luzes da
plena Felicidade. Que sustentem a firmeza na fé e trabalhem a certeza íntima do
Ser. Porquanto a continuação de tudo leva a isto, da reconquista dos sois que
pertencem a todos.
E nisso as palavras falam com força e constroem o instinto
de encontrar a paz da consciência, objetivo de tudo quanto existirá, no entanto.
Quisera eu ter, em momentos difíceis, palavras que consolem, que sustentem, que recriem as luzes da plena felicidade! Então, como num passe de mágica, encontrar a felidade maior!
ResponderExcluir"Elas, as palavras, que consolam e alimentam." Profundo e tocante para quem sente o gosto das palavras e que as vezes elas bastam, mesmo na solitude dos dias, tenho a companhia das queridas palavras.
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