Antes e depois das explosões deste mundo parcial, na aflição dos refugiados que sobrevivem às injustiças dos homens, na fome do desespero dessas populações largadas a ermo, partos angustiados das mães em luta contra a indiferença das guerras, logo em seguida vem o grito surdo das multidões desesperadas, olhos postos na lama dos séculos; são os fieis ao sonho da liberdade prometida. Quanto de clamor penetra, pois, o silêncio das realidades, na solidão de amores esquecidos, calmaria de barcos abandonados às marés dos desencantos, tropel inútil das marcas que ferem os dias da indiferença, lesmas a deslizar pela inconsciência dos tais senhores desavisados.
Enquanto isso, nalgum lugar dos céus, a meio caminho das
pessoas e do tempo, retomam seus acordes os instrumentos dessa sinfonia das
certezas de que tudo perderá o senso diante do repicar dos sinos da Verdade.
Ainda que pareça drama de perdidos autores, há o equilíbrio que constrange ao
fim os vermes, aqueles que praticaram gestos obscenos de furor e perversidade, na
ilusão de ser donos e superiores, a ferir de morte o valor inevitável das
oportunidades.
Quais torrentes de luz, somos esses espelhos de um tudo,
neste passeio constante da realidade. Reunimos em nós pedaços da eternidade que
transportamos; construímos as trilhas de toda geração que nos sucede. Ao
destoar o coro da perfeição, aprendemos nisto divisar o que nos aguarda logo
ali nas raízes do inevitável. No entanto a escola ensina sempre que há o Ser divino, a Razão absoluta.
Daí a gente ouve, no escuro dessas noites, as notas da
melodia que toca o coração; revivem os sentimentos e alimentam a saudade doutras
esperanças. Inúmeros acordes vagam no vento, nos ciciar das matas, no latido
distante dos cães nas madrugadas. Compomos em nós próprios os amores da
felicidade que agora pulsa os momentos em nossas almas. A suavidade das
estrelas envolve de emoção as pausas dos sons, sob a regência magistral de encantos
do Infinito.
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