quarta-feira, 10 de fevereiro de 2021

O caminho nos próprios passos


Todos os que caminham de costas para o Sol estão seguindo sua sombra.
                                                                              Rumi

Tal seja assim, andar, de ir adiante, no ensejo de quem quer que exista nas quebradas do Tempo soberano. Mundos a fio, idas adentro da gente. Busca incessante de salvar o nexo de viver, nas missões dos que aqui e quantos existam. Sonhar, seguir nas estradas das noites, dos dias, horas sem par na imensidão de futuro imenso, réstia dos séculos. Nisso, revelar a essência de si aos rochedos da Eternidade. Entes misteriosos de histórias inesquecíveis, braços estendidos ao desejo das luas novas que passam velozes no trilho do horizonte, tateamos na procura dos Céus, frutos que somos do Amor divino, filhos diletos da Criação superior.

Caímos tantas vezes nesse agir das circunstâncias, que nós, titãs da Felicidade, só admiramos as belezas do Universo; no entanto queremos experimentar o fascínio das taças do mistério quais aprendizes dos erros de ignorar, experimentos da sorte que seremos, diante da perfeição do Paraíso, e tocamos em frente à luz que transportamos no íntimo, senhores do coração. O querer que nos conforta neste passar de momentos oferece os meios de nos salvar dos medos e das ruínas.

Há isto, porém, de vir revelar o ser primordial que já habita em nosso existir, pois viemos dotados de tudo o de que carecemos até localizar na alma o poder infinito de transformar o mundo em cada um e ser. Disso falam os credos, descrevem a paisagem onde formulamos o roteiro da felicidade. Seremos sempre esses artífices da solidão no exercício da paz, dotados de suficientes recursos de fazer do barro imagens luminosas, precursoras da esperança e da realização plena do que aqui viemos buscar.

Destarte, olhos postos na imagem que ora projetamos à nossa frente, saberemos que uma luz esplendorosa nutre o caminho sobre que andamos, nesta e noutras vidas, autores dos passos seguintes, no itinerário único da Fé.

Um comentário: