O conceito budista revela que reencarnamos por conta do carma, balanço do mal e do bem que nos leva através das vidas sucessivas até chegar no dharma, ou encontro definitivo com a Perfeição da infinitude. Enquanto não organizar tal mecanismo, nem pensar em equilíbrio eterno das condições da consciência em todos nós. Daí dizerem eles, os budistas, que quem reencarna é o carma, na via do autodescobrimento pelos universos da alma sem fim, marcas da evolução.
E os acontecimentos são fruto disso, dos carmas somados que regressam no esforço de livrar de si a matéria e achar a transcendência. Todos, nas suas pequenas naves individuais, a vagar nos serões das vidas, são autores pessoais do próprio merecimento. Por mais e muitos sejamos, obedecemos às tendências que a Natureza concede, nos dramas/comédias dessa possibilidade. Autores e atores, nos domingos dessa perenidade, senhores só aparentes da residência onde habitam cá dentro do eu, tangemos sonhos em forma de histórias particulares, outrossim influências inevitáveis da rua dos acontecimentos ali de fora, no passeio do Tempo, e nós dentro dele a observar as vidas, então.
Queiramos, sim ou não, estamos sujeitos aos fatores ocasionais de tudo quanto há, nas batalhas de encontrar a iluminação ansiada desta jornada pelos campos do Senhor. Notas interligadas de sinfonia miraculosa, exercemos papéis por vezes desencontrados até compreender a tal transformação que reclamamos dos outros e ser bem aqui dentro de nós criaturas humanas.
Nisso, nas águas que deslizam dos céus, deslizamos feitos gotas em busca do oceano da imortalidade. Parceiros dos jogos transitórios, pois, cruzamos as vistas no bem-estar dos dias, olhos presos nas intenções e prendas escorrem entre os dedos e chamamos sorte. Nada, contudo, sendo além de meras resultantes das ilusões que esmagam e constrangem, enquanto deixávamos de lado, quase sempre, a certeza da Felicidade, desde que construamos o Destino A sós, na solidão desse deserto, virá a hora de partir aos novos conceitos que nos aguardam.
(Ilustração: Foto de Oyama Yukio).
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ResponderExcluirEu, sendo católica, não deveria acreditar na reencarnação. Mas cada vez mais me dou conta de fatos e opções que me levam a crer que já vivi uma vida passada onde algo me ocorreu, ou eu não cumpri bem a minha missão é voltei a terra para expiar as minhas culpas que por acaso eu tenho praticado. Pessoas, locais, gostos musicais, me remetem a um mundo onde acho que já vivi. Parabéns pelo se texto.
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