terça-feira, 2 de janeiro de 2018

Face a face

Horas de realidade favoreceram, pois, a compreensão dos mistérios do invisível. O grau de materialidade determinara, contudo, a libertação dos conceitos só físicos. A insistência em não querer ver gerou isso, prisões na crosta dos objetos, bichos perdidos soltos na floresta dos ausentes, desde o corpo largado aos prazeres a limitações de aceitar possibilidades eternas da Salvação.

Nisso, o mínimo de exigência pedia consciência. A linha do horizonte dos dias orientava através de sofrer quando aprisionados na matéria. Quer desvendar outros níveis de percepção, porém andam amarrados às malhas do instinto, à espera de outras forças senão as suas. Olhos fixos no espelho, ausentes de tudo de real, largam de lado a certeza de ser pela pretensão do não ser das ilusões. Bem tais sacrifícios impostos a si mesmo. Mergulhar de cara do apetite dos corredores da morte até perder as chances de revelar a Verdade no foco do sentimento. Saudades mórbidas do erro, do vício, da fome não correspondida, são véus da justiça acompanhando determinadas o que virá aos que nunca tiveram cuidado com as visões do Paraíso. Questão de alguns dias, talvez.

No entanto alguns poucos resolvem proceder à principal descoberta da existência e sair daquelas sombras em busca de luz. Quais numa loteria de Babilônia, esses humanos caminham nas avenidas do vazio e perdem as derradeiras economias, tanto um a um, quanto nas multidões embriagadas.  Jogam entranhas na lata do lixo do antigo. Quais cães à cata do próprio rabo, giram escravos em círculo, nas escórias do destino. Jogaram com a sorte que nunca mais possuíram. Alimentaram as quimeras que os devoravam.

A gente fala nos rastros deixados pelos céus, luzes que acenderam um dia na alma de quem aceitou. Perante todas as dúvidas, depois dos vales e campinas, haverá meios de iluminar as fibras do coração. Frases dizem isto, mostram na circulação dos amores verdadeiros a grandeza da Eternidade. Longe, lá longe dos castelos de areia, habitavam os sonhos da infinita determinação. Todos os ganhos que significam apenas nada além de ser feliz. 

3 comentários:

  1. Os amores verdadeiros desprovidos dos instintos carnais existem. Amar não necessariamente precisa ser levado apenas para o lado físico. Amamos por outros atributos, caráter, sensibilidade de ver e viver a vida, são fatores que aprendemos a admirar em alguém.

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  2. Ah como eu admiro as pessoas simples, que apesar de toda sabedoria e capacidade são desprovidas da vaidade exarceda, dos valores efeitos,, da não prioridade dos valores matérias, capacidade espiritual de perceber o lado espiritual das pessoas. Não se faz caridade apenas oferecendo algo material, tantas vezes nos deparamos com pessoas carentes, solitárias, e que necessitam de uma palavra de um amigo, de um afago, de um carinho...

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  3. Então você que é dotado desta grande capacidade de ver além das aparecias, de ver o lado espiritual das pessoas pense nisso. Poderá ajudar muita gente, mudar muitos destinos. Deus lhe deu este dom, use-o.

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