Raras pessoas notam que desempenham papéis de valia e abandonam o gosto de querer com amor os ditames e as oportunidades. Gostam de render homenagem ao pouco caso e ferem de morte a existência livre. Vivem jogados às roletas dos perdidos. Bem que, no entanto, será diferente à medida que aceitar o prazer da liberdade. Entregar aos sopros dos ventos e marés viver a vertigem dos resultados em movimento. Querem, outrossim, achar que sobram nas curvas do acaso, quando nem isso existe, o acaso, mera insuficiência da imaginação, cobre o sonho.
A perfeição absoluta, segundo Platão, existe tão só no mundo das ideias, lá contudo existem, nesse mundo necessário dos sonhos em carne viva, o padrão universal do absoluto perfeito, reino de luz e perfeição. Guardá-lo consigo cabe a nós seres meio pensantes. Trazer a dentro, permitir mergulhos siderais nas nuvens suaves do coração do poder e da felicidade. Permitir, enfim, despertar o íntimo nas possibilidades infinitas.
E fugir de ficar preso aos caprichos da mediocridade sem cair na solidão fantasmagórica dos medos ocultos e das culpas que carrega. Alimentar o valor supremo da glória e dos amores imortais, e vivê-los intensamente. Bem nessas horas vazias, em luzes multicoloridas brilha o Sol das almas no seio de Si próprio. Acorda, então!...
(Ilustração: Camille Pissarro).
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